Foto: Reprodução Redes Sociais
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Na véspera da reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que irá acontecer em Washington, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou de uma reunião no Departamento de Estado do governo Trump.

Acompanhado do influenciador Paulo Figueiredo, o deputado Eduardo Bolsonaro se encontrou com autoridades do governo nesta quarta (15).

Em postagem nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro disse que conversou com membros da administração Trump sobre as perspectivas políticas atuais do Brasil, avanços e retrocessos em relação à pauta da anistia, entre outros temas.

“Vamos ver o que o Brasil vai oferecer aos Estados Unidos, o que vai oferecer. A posição dos Estados Unidos parece ser a mesma, está muito clara dentro do que exigem”, disse Paulo Figueiredo.

Eduardo Bolsonaro complementou dizendo que apesar de o Itamaraty querer tirar a questão política da mesa de negociações, eles acreditam que Marco Rubio não se afastará das exigências que vem fazendo há alguns meses.

Representante do governo em linha com Eduardo

Também nesta quarta (15), véspera do encontro entre Rubio e Mauro Vieira, o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que as tarifas impostas ao Brasil foram motivadas por “sérias preocupações com o Estado de Direito, censura e direitos humanos”.

Segundo Greer, que deve participar da reunião entre Rubio e Vieira, há dois regimes tarifários em vigor contra o Brasil.

Ele explicou que o primeiro “é a tarifa recíproca de 10% sobre o Brasil, que é aplicada a todos os países do mundo e faz parte de nossos esforços para controlar o déficit comercial global, que é um grande problema para nós”.

O segundo, de acordo com Geer, é a tarifa adicional de 40%, “que está sob um regime de emergência separado”.

A medida, de acordo com o representante de comércio, está relacionada “a sérias preocupações com o Estado de Direito, censura e direitos humanos no Brasil”.

Ainda segundo o representante americano, “um juiz brasileiro assumiu para si o poder de ordenar que empresas americanas se autocensurem, emitindo ordens secretas para controlar o fluxo de informações, bem como decisões que afetam a aplicação da lei em relação a opositores políticos no país”.

Brasil vai insistir em abordar a questão comercial

O encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, é visto pelo Itamaraty como uma chance de insistir nas negociações sobre as tarifas aos produtos brasileiros e as sanções impostas a autoridades.

O Itamaraty tem adotado uma postura cautelosa e se prepara para ter três representantes na conversa: a embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, o negociador geral, Maurício Lyrio, e o responsável por assuntos econômicos do Itamaraty, o embaixador Philip Fox-Drummond Gough.

O governo brasileiro quer o foco do debate em assuntos econômicos, mas sabe que os americanos irão priorizar discutir as preparações para o futuro encontro dos dois presidentes.

Há, entretanto, uma avaliação de que Rubio irá negociar questões políticas e provavelmente haverá uma abordagem por parte do americano sobre temas da América Latina que o interessam, como, por exemplo, Venezuela e Cuba, Brics, e até mesmo a situação da Justiça brasileira e do ex-presidente Jair Bolsonaro.