Pacto ocidental

EUA e UE fazem acordo para impor tarifas de 15% a produtos

Negociação foi concluído antes do prazo de 1º de agosto e evita o aumento das tarifas do EUA, que ameaçou cobrar até 50% de exportações da UE

União Europeia e EUA / Foto: CanvaPro
União Europeia e EUA / Foto: CanvaPro

Os EUA e a União Europeia fecharam um acordo que fará com que o bloco econômico europeu enfrente tarifas de 15% sobre a maiores de suas exportações, incluindo automóveis, evitando uma guerra comercial que poderia ter causado um duro golpe na economia global.

O pacto ocorre antes do prazo de 1º de agosto, quando as tarifas do presidente Donald Trump entrariam em vigor. O presidente dos EUA ameaçou cobrar uma tarifa de 50% sobre quase todos os produtos da União Europeia, aumentando a pressão que acelerou as negociações, antes de reduzi-la para 30%.

Trump anunciou o acordo neste domingo (27), após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ele disse que a tarifa abrangeria os automóveis.

A líder europeia disse que a taxa seria “abrangente”, embora Trump tenha dito que ela não incluiria produtos farmacêuticos e metais. O aço e o alumínio “permanecem como estão”, acrescentou o presidente dos EUA.

Von der Leyen disse que o acordo “trará estabilidade” e “trará previsibilidade”.

A UE concordou em comprar US$ 750 bilhões em energia, investir US$ 600 bilhões nos EUA além dos investimentos existentes, abrir os mercados dos países para o comércio com os EUA com tarifas zero e comprar “grandes quantidades” de equipamentos militares, disse Trump.

O pacto transatlântico elimina um grande risco para os mercados e para a economia global – uma guerra comercial que envolve US$ 1,7 trilhão em comércio internacional – embora isso signifique que as remessas europeias para os EUA estejam sendo atingidas por um imposto mais alto.

As metas, segundo Trump, eram mais produção nos EUA e maior acesso dos exportadores americanos ao mercado europeu. Von der Leyen reconheceu que parte do impulso por trás das conversações era um reequilíbrio do comércio, mas considerou-o benéfico para ambos os lados.

“O ponto de partida foi um desequilíbrio”, disse von der Leyen. “Queríamos reequilibrar o comércio que fazíamos e queríamos fazer isso de forma que o comércio continuasse entre nós dois do outro lado do Atlântico, porque as duas maiores economias deveriam ter um bom fluxo comercial.”

As autoridades dos EUA e da Europa discutiram os termos de um sistema de cotas para as importações de aço e alumínio, que teriam um imposto de importação mais baixo até um determinado limite e, acima dele, seria cobrada a taxa regular de 50%. A UE também estava buscando cotas e um teto para futuras tarifas específicas do setor, mas não está claro se o acordo inicial protegerá o bloco de possíveis taxas que ainda não foram implementadas.

Durante semanas, a UE indicou que estava disposta a aceitar um pacto desequilibrado que envolvia uma taxa reduzida de cerca de 15%, ao mesmo tempo em que buscava alívio nas tarifas setoriais essenciais para a economia europeia. O presidente dos EUA também impôs tarifas de 25% sobre os automóveis e o dobro dessa taxa sobre o aço e o alumínio, bem como sobre o cobre.

Vários exportadores da Ásia, incluindo a Indonésia, as Filipinas e o Japão, negociaram taxas recíprocas entre 15% e 20%, e a UE viu o acordo do Japão de 15% sobre automóveis como um avanço que também vale a pena buscar. As negociações de Washington também continuam com a Suíça, a Coreia do Sul e Taiwan.