Na noite de Natal, última quarta-feira (25), um dos principais portais do governo argentino foi invadido por hackers. O site ‘Mi Argentina’, que oferece serviços para os cidadãos, teve sua página inicial alterada e ficou fora do ar por cerca de uma hora.
Durante a invasão, os cibercriminosos publicaram vídeos do rapper Homer el Mero Mero e deixaram mensagens como “foda-se Milei”, além de comentários antissemitas. O aplicativo Mi Argentina também foi comprometido.
Os hackers modificaram os cabeçalhos e rodapés do portal, causando a interrupção dos serviços. Durante o ataque, os usuários não conseguiram acessar o site, e aplicativos como o “Sube”, utilizado para pagamento das tarifas de ônibus, ficaram fora de funcionamento.
Na madrugada, o Ministério da Inovação, Ciência e Tecnologia divulgou uma mensagem nas redes sociais informando que havia ocorrido um ataque cibernético e aproveitou para criticar os governos passados “pelo estado em que deixaram os sistemas de gestão eletrônica”.
Um dos alegados responsáveis pelo ataque digital compartilhou uma sequência de stories em seu perfil no Instagram, exibindo as modificações feitas na página e declarando: “Feliz Natal para o governo”. Poucas horas antes, um grupo internacional de hackers havia divulgado informações roubadas da Comissão Nacional de Energia Atômica (Cnea) da Argentina.
Milei diz ao WSJ que o Estado é ‘uma organização criminosa’
O presidente da Argentina, Javier Milei, comparou o Estado a organizações criminosas e insinuou que impostos equivalem a roubo, em entrevista ao “The Wall Street Journal” publicada nesta quarta-feira (18). Segundo ele, ninguém paga impostos voluntariamente. “O Estado é o inimigo, eu continuo sendo um anarcocapitalista”, declarou.
Milei tem implementado grandes mudanças em seu país, como desvalorização de 50% do peso argentino e o fim do controle de preços de alimentos. Essas medidas estabilizaram a inflação e levaram a um superávit fiscal nos primeiros 11 meses deste ano. “A regra é que não haverá mais déficits na Argentina”, disse o presidente.
Há desconfiança de que essas políticas podem não se sustentar em 2025, ano eleitoral no país, mas Milei disse que vai continuar reduzindo gastos e deve ampliar sua base política após o pleito de outubro. “Não vou parar”, garantiu.