Durante uma conversa com Nicolás Maduro na noite da última segunda-feira (29), o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, questionou o presidente venezuelano sobre a data de divulgação das atas eleitorais.
Maduro respondeu que a publicação ocorreria dentro do “prazo regulamentar” de dois a três dias.
Ao ser perguntado se o Brasil aguardaria esse período antes de emitir uma declaração conjunta com México e Colômbia — os três países que têm adotado posturas semelhantes diante das incertezas eleitorais —, Amorim afirmou que, em sua opinião, não seria necessário esperar pela divulgação do comunicado conjunto, mas ressaltou que ainda desconhecia a posição oficial do Itamaraty.
“Se é verdade que houve um ataque de hackers, isso não impediu a conclusão da contagem de votos”, comentou Amorim do aeroporto de Caracas, antes de retornar ao Brasil e acrescentou afirmando que a conversa foi sugerida por Maduro.
Durante o diálogo, o presidente venezuelano detalhou o histórico de pressões dos EUA, desde o reconhecimento da autoproclamada presidência de Juan Guaidó até as sanções comerciais e o congelamento das reservas venezuelanas no exterior.
Maduro não fez cobranças específicas, nem mesmo mencionou a ausência da embaixadora brasileira, Glivânia Oliveira, na proclamação dos resultados.
Amorim se reúne com oposição de Maduro
Após sua reunião com Nicolás Maduro, Celso Amorim encontrou-se com o candidato da oposição, Edmundo González, que também solicitou o encontro por meio de Gerardo Blayde, representante venezuelano no acordo de Barbados.
González reiterou sua alegação de vitória, enquanto Amorim observou que, sem a divulgação das atas eleitorais, é difícil confirmar a veracidade das alegações de ambos os lados.
O assessor especial da Presidência afirmou que, mesmo que se prove que Maduro não venceu, ele ainda cumprirá o restante de seu mandato, que vai até o final de dezembro, já que as eleições foram antecipadas para o último domingo.