Os senadores argentinos derrubaram nesta quinta-feira (2) os vetos de Javier Milei a dois projetos de lei que aumentavam os gastos públicos, em um golpe contra o líder ultraliberal antes das eleições legislativas no final de outubro, que podem definir o caminho para a agenda de livre mercado do atual governo.
O Senado, sob maioria da oposição, derrubou de forma esmagadora os vetos do presidente a dois projetos de lei para aumentar o financiamento público a universidades públicas (59 votos a favor, 7 contra e 3 abstenções) e para o atendimento à saúde pediátrica (por 58 votos a favor, 7 contra e 4 abstenções).
A decisão foi tomada após a Câmara dos Deputados ter votado pela rejeição dos vetos do presidente argentino. Com a decisão do Senado, o governo agora é obrigado a implementar as regras que tentou barrar.
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A sessão legislativa aconteceu em meio a protestos de trabalhadores universitários e da área de saúde, apoiado por estudantes, sindicatos e partidos de oposição, em momento de crise para Javier Milei, que tem enfrentado constantes resistências sociais ao seu plano de garantir uma austeridade fiscal.
Desde que assumiu o cargo em dezembro de 2023, Milei se dedicou a reduzir de forma drástica o tamanho do Estado, através de medidas de austeridade e disse que vetou as regras porque elas poderiam ameaçar o equilíbrio fiscal do país.
As eleições legislativas de 26 de outubro são vistas como um referendo sobre o governo Milei, em um contexto de queda de popularidade em meio a um escândalo de corrupção, além da derrota legislativa sofrida na província de Buenos Aires em setembro.
