A Honda e a Nissan Motor anunciaram, nesta segunda-feira (23), o início das negociações para uma fusão entre as duas empresas, com previsão para estabelecimento de uma holding até agosto de 2026, segundo a “Reuters”.
O movimento ocorre em meio ao aumento da competitividade das montadoras japonesas com as fabricantes de veículos elétricos chinesas, em especial a BYD, e com a americana Tesla.
Se for concretizada, a fusão originaria o terceiro maior grupo automotivo do mundo em vendas, apenas menor que a Toyota e Volkswagen. Enquanto a Honda e a Nissan ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro lugar na indústria Japonesa.
O movimento de união das marcas seria a maior reformulação do setor automotivo desde a fusão entre a Fiat Chrysler Automobiles e a PSA, em 2021, segundo informações do “Reuters”.
Renault indica aprovação de negociações entre Nissan e Honda
A Renault, maior acionista da Nissan Motor (com participação de 36%), indicou aprovação das negociações da empresa para fusão com a Honda Motor, disseram fontes próximas à situação à “Bloomberg News”. O aval faz parte da busca da Renault por alternativas para se proteger da crise que afeta a Nissan.
Essas negociações entre Nissan e Honda ainda estão em estágio inicial, afirmaram as fontes.
A Honda considera diferentes alternativas de parceria com a Nissan, entre elas uma fusão, uma união de capital ou a criação de uma empresa do tipo holding, afirmou o vice-presidente executivo da Honda, Shinji Aoyama, nesta quarta-feira (18), de acordo com a “Bloomberg News”.
Segundo as fontes, a Renault não pretende injetar capital na Nissan – por isso mostra entusiasmo na busca da japonesa por formas de se recuperar – e a aprovação da francesa é imprescindível para que haja um acordo.
Mesmo expressando abertura para negociações, a Renault vai estudar qualquer oferta feita à Nissan, para proteger seus próprios interesses.
A principal dificuldade para a Nissan e a Honda está no mercado da China, que tem sido tomado pelas marcas locais, protagonizadas pela BYD. Enquanto isso, a Renault e montadoras europeias enfrentam desafios na transição para veículos elétricos na própria Europa.
No início do ano, o presidente do conselho da Renault, Jean-Dominique Senard, afirmou que a empresa receberia bem parcerias que pudessem fortalecer o grupo de montadoras.