O peso argentino voltou a dar sinais de recaída nesta terça-feira (30), forçando o governo Milei a intervir para conter a desvalorização da moeda, logo após um gesto de apoio dos EUA ter impulsionado os ativos do país.
O peso argentino chegou a cair mais de 6% no dia – a maior baixa intradiária desde 8 de setembro – antes de o governo vender dólares no mercado à vista. No fechamento, recuou 1,4%, a 1.380,0 pesos por dólar. Ainda não há detalhes sobre quanto o Executivo negociou. O banco central não comentou e o Ministério da Economia não respondeu aos pedidos de informação.
A sequência de duas quedas marca uma reversão brusca para a moeda, que havia subido mais de 10% depois que Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, anunciou um pacote de US$ 20 bilhões.
Uma redução temporária de impostos sobre exportações também lhe rendeu R$ 7 bilhões em poucos dias, sustentando o rali, enquanto o governo retomou a fatia do controle de capitais suspensos em abril. Nada disso foi suficiente para evitar a retomada da desvalorização nesta semana.
O governo Milei aproveitou o breve respiro da semana passada para comprar dólares e reforçar reservas, mas ainda mantém dificuldades para conter a forte demanda por moeda americana. O movimento é alimentado por dúvidas sobre a sustentação política do presidente às vésperas das eleições legislativas de meio de mandato, em outubro, sobretudo após a derrota expressiva na votação local de Buenos Aires em setembro, e pela falta de clareza sobre a política cambial futura.
A ausência de detalhes sobre o pacote dos EUA também pesa nos ativos. O governo anunciou que Milei – que retornou de viagem aos EUA na semana passada – voltará a se reunir com Trump no dia 14 de outubro, na Casa Branca.