Fachada da Versace (Foto: reprodução/Etiqueta Única)
Fachada da Versace (Foto: reprodução/Etiqueta Única)

A Capri Holdings, dona da Michael Kors, anunciou nesta terça-feira (2) a conclusão da venda da marca Versace para o grupo Prada. O valor da transação foi de 1,25 bilhão (US$ 1,375 bilhão), pago em dinheiro e sujeito a ajustes.

A operação havia sido divulgada em abril deste ano e aprovada pela União Europeia em setembro.

De acordo com a Forbes, as informações anteriores indicavam que as marcas enfrentavam dificuldades para concluir o negócio, em meio à instabilidade nos mercados provocada pelas tarifas comerciais do presidente Donald Trump.

À época, o grupo de luxo Prada havia informado que a compra da Versace – já aprovada pelos conselhos das empresas – seria financiada com cerca de US$ 1,6 bilhão (R$ 9,12 bilhões) em novos empréstimos, após já ter tomado mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) em dívidas.

“Com a conclusão bem-sucedida da venda da Versace, planejamos usar os recursos para quitar a maior parte de nossa dívida, o que fortalecerá substancialmente nosso balanço patrimonial”, afirmou John D. Idol, CEO da Capri Holdings.

Segundo a companhia, a transação reduzirá significativamente o índice de alavancagem e proporcionará maior flexibilidade financeira para investir em crescimento. “Continuamos focados na execução de nossas iniciativas estratégicas em Michael Kors e Jimmy Choo para maximizar o potencial de nossas marcas icônicas. Olhando para o futuro, acreditamos que estamos no caminho certo para estabilizar nossos negócios este ano, ao mesmo tempo em que estabelecemos uma base sólida para a retomada do crescimento no ano fiscal de 2027.”

“Desejo à equipe Versace sucesso contínuo no futuro e acredito que a Prada seja a parceira ideal para guiar esta renomada casa de luxo em sua próxima era de crescimento”, concluiu o executivo.

Nova gigante do luxo

As especulações sobre uma nova venda da Versace circularam nos últimos meses, impulsionadas pela saída de Donatella Versace, de 69 anos, do cargo de diretora de criação da empresa em março de 2025.

A Capri chegou a pedir mais de US$ 3 bilhões (R$ 17,1 bilhões) pela marca antes de a saída de Donatella impactar as negociações, segundo o Financial Times. A empresa também prevê uma queda de US$ 810 milhões (R$ 4,62 bilhões) em sua receita no atual ano fiscal, em comparação aos US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) registrados em 2024.

Segundo o g1, especialistas explicam que a Versace está passando por um período desafiador em seu posicionamento de marca porque, há alguns anos, cresceu a tendência do “luxo discreto” (ou “quiet luxury”, em inglês) entre os mais ricos, enquanto as peças da marca são marcadas por estampas mais chamativas.