A Renault, maior acionista da Nissan Motor (com participação de 36%), indicou aprovação das negociações da empresa para fusão com a Honda Motor, disseram fontes próximas à situação à “Bloomberg News”. O aval faz parte da busca da Renault por alternativas para se proteger da crise que afeta a Nissan.
Essas negociações entre Nissan e Honda ainda estão em estágio inicial, afirmaram as fontes.
A Honda considera diferentes alternativas de parceria com a Nissan, entre elas uma fusão, uma união de capital ou a criação de uma empresa do tipo holding, afirmou o vice-presidente executivo da Honda, Shinji Aoyama, nesta quarta-feira (18), de acordo com a “Bloomberg News”.
Segundo as fontes, a Renault não pretende injetar capital na Nissan – por isso mostra entusiasmo na busca da japonesa por formas de se recuperar – e a aprovação da francesa é imprescindível para que haja um acordo.
Mesmo expressando abertura para negociações, a Renault vai estudar qualquer oferta feita à Nissan, para proteger seus próprios interesses.
A principal dificuldade para a Nissan e a Honda está no mercado da China, que tem sido tomado pelas marcas locais, protagonizadas pela BYD. Enquanto isso, a Renault e montadoras europeias enfrentam desafios na transição para veículos elétricos na própria Europa.
No início do ano, o presidente do conselho da Renault, Jean-Dominique Senard, afirmou que a empresa receberia bem parcerias que pudessem fortalecer o grupo de montadoras.
Toyota muda de estratégia e deve ampliar produção na China
A Toyota planeja fabricar 2,5 milhões de veículos por ano na China até 2030, disseram três fontes à “Reuters”. Isso representa uma mudança de estratégia da empresa, que vai na contramão de outras montadoras, que têm diminuído a produção no país asiático.
Devido à competição com montadoras chinesas, a Mitsubishi Motors Corp já saiu da China e a Honda Motor e Nissan diminuíram a produção no país.
A intenção é aproximar a produção e as vendas da Toyota na China e dar mais liberdade de desenvolvimento de produtos a executivos locais, numa tentativa de recuperar uma fatia do mercado tomada pela BYD e outras montadoras chinesas.
A empresa quer transferir grande parte do desenvolvimento de produtos aos funcionários na China porque eles conhecem melhor as preferências da população do país, principalmente em relação a tecnologias de veículos eletrificados e conectados.
Se a Toyota não correr para se desenvolver no país “será muito tarde”, disse uma das fontes à “Reuters”.
Até 2035, o plano é aumentar para até 3 milhões o número de veículos produzidos na China. A quantidade é 63% maior que o recorde de veículos já produzidos anualmente no país, alcançado em 2022, com 1,84 milhão de carros fabricados. Em 2023, a companhia produziu 1,75 milhão de automóveis na China.
Ainda não há uma meta formal estabelecida, disseram as fontes à “Reuters”, mas a companhia já revelou suas intenções a fornecedores, para garantir suprimentos.