Região estratégica

Rússia intensifica ofensiva em Kursk, chave nas negociações ucranianas

Antes disso, Ucrânia havia anunciado a possibilidade de negociações na segunda-feira (10) para fim de conflito

Ataque russo à infraestrutura energética da Ucrânia causa danos e feridos
(Foto: Reprodução /@ZelenskyyUa)
Ataque russo à infraestrutura energética da Ucrânia causa danos e feridos (Foto: Reprodução /@ZelenskyyUa)

Nos primeiros dias sem o apoio direto dos EUA, a Ucrânia se vê diante da intensificação da ofensiva russa em Kursk, uma área estratégica de grande importância nas negociações com os EUA. As informações foram confirmadas pelas declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em suas redes sociais.

As forças ucranianas enfrentam a pressão de operar sem a assistência militar dos EUA, uma situação tensa que ocorre pouco antes de um encontro decisivo entre os dois países na Arábia Saudita.

“No total, os russos usaram quase 70 mísseis, tanto de cruzeiro quanto balísticos, bem como quase 200 drones de ataque. Tudo isso foi direcionado contra a infraestrutura que garante a vida normal”, afirmou Zelensky, em suas redes sociais.

“Infelizmente, edifícios residenciais comuns também foram danificados. Em Kharkiv, um míssil russo atingiu perto de um prédio de apartamentos. Pessoas ficaram feridas. Elas estão recebendo a assistência necessária”, completou.

O Financial Times, neste domingo (9), destacou as preocupações de um blogueiro militar ucraniano, que alertou que a situação em Kursk está se deteriorando rapidamente e poderia se transformar em um desastre se as rotas logísticas não forem urgentemente liberadas.

Ataque russo à infraestrutura energética da Ucrânia (Foto: reprodução redes sociais do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy)

Rússia intensifica ofensiva em Kursk, mirando cidade estratégica de Sudzha

A Rússia está direcionando suas forças para a cidade fronteiriça de Sudzha, uma rota crucial para os suprimentos logísticos em Kursk. Relatórios recentes indicam que tropas russas começaram a avançar em Sudzha por meio de um gasoduto no último sábado (8), conforme divulgado pelo blogueiro militar ucraniano Yuriy Butusov, citado pela CNN.

A cidade de Kursk, que foi capturada pelos ucranianos em agosto de 2024, tem se mostrado estratégica para a Rússia, não apenas como território chave em negociações, mas também por sua importância para a linha de frente no leste da Ucrânia.

Moscou, por sua vez, tem reforçado suas forças na área com tropas norte-coreanas, que, segundo a CNN, enviaram cerca de 12 mil soldados.

De acordo com Butusov, essa combinação de forças russas e norte-coreanas tem uma “vantagem significativa” e tem atacado de maneira constante a região.

Ucrânia e EUA começariam negociações próxima semana para fim da guerra

Uma delegação ucraniana viajará para a Arábia Saudita para dar início às negociações com representantes dos EUA, com o objetivo de alcançar um acordo de cessar-fogo na guerra que começou em 2022, após a invasão russa da Ucrânia.

“Próxima semana, segunda-feira, está prevista minha visita à Arábia Saudita para me encontrar com o príncipe herdeiro [Mohammed bin Salman]. Depois disso, minha equipe permanecerá na Arábia Saudita para trabalhar com parceiros norte-americanos. A Ucrânia está interessada na paz.”

No útimo sábado (7), o presidente ucraniano reforçou sua intenção nas redes sociais: “A Ucrânia está pronta para seguir o caminho para a paz, e é a Ucrânia que se esforça pela paz desde o primeiro segundo desta guerra. A tarefa é forçar a Rússia a parar a guerra”.

O movimento acontece uma semana após um encontro tenso entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. A reunião terminou sem a assinatura do acordo esperado, que permitiria aos americanos explorar as reservas de minerais raros presentes na Ucrânia.

“A guerra deve ser interrompida o mais rápido possível, e a Ucrânia está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com parceiros nos EUA e na Europa pela paz”, disse Zelensky em publicação no Telegram após a cúpula em Bruxelas.