O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, emitiu um alerta à União Europeia, indicando que as exportações do bloco podem enfrentar tarifas adicionais caso não aumentem consideravelmente as importações de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA.
Atualmente, os EUA lideram a produção global de petróleo bruto e são também o maior exportador de GNL.
“Disse à União Europeia que eles devem compensar seu enorme déficit com os EUA por meio da compra em grande escala de nosso petróleo e gás. Caso contrário, será TARIFAS o tempo todo!!!”, publicou Trump em sua rede Truth Social.
Na tentativa de evitar possíveis sanções tarifárias, a UE e outros países, como o Vietnã, já estão avaliando a possibilidade de ampliar suas compras de combustíveis dos norte-americanos.
Nesta sexta-feira, o euro registrou alta de 0,3%, alcançando a cotação de US$ 1,0398. O movimento reflete a confiança dos investidores de que a União Europeia conseguirá atender às demandas de Trump, evitando a aplicação de tarifas retaliatórias.
Tensões comerciais entre EUA e UE
Em 2022, o déficit comercial dos EUA com a União Europeia, envolvendo bens e serviços, atingiu US$ 131,3 bilhões, conforme dados do Escritório do Representante Comercial dos EUA.
Desde a eleição de Trump em novembro, o bloco europeu tem se preparado para enfrentar possíveis medidas protecionistas americanas.
A experiência de 2017, durante o primeiro mandato de Trump, ainda ecoa nas estratégias do bloco. Na época, tarifas foram impostas sobre o aço e o alumínio europeus sob a justificativa de segurança nacional, pegando a UE de surpresa.
Desde então, o bloco adotou uma abordagem mais robusta em sua política comercial, incluindo mecanismos de resposta a práticas consideradas coercitivas.
“Estamos bem preparados para a possibilidade de que as coisas mudem com a nova administração americana”, declarou a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, após uma reunião do G7 na Itália em novembro.
PIB dos EUA supera expectativas e cresce 3,1%
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu 3,1% no terceiro trimestre de 2024, segundo relatório do Departamento de Comércio do país norte-americano publicado nesta quinta-feira (19). O resultado superou as previsões do mercado, que esperava um avanço de 2,8%, segundo a Reuters.
A alta do PIB superou o resultado do segundo trimestre, de 3,0%.
O relatório divulgado é a última revisão do Departamento de Comércio sobre o PIB do terceiro trimestre. A instituição deve divulgar a estimativa inicial para o crescimento do último trimestre do ano em 30 de janeiro de 2025.
Nesta semana, o Fed (Federal Reserve) anunciou um novo corte na taxa de juros dos EUA. Mas há possibilidade de altas no próximos meses, com temores sobre a inflação.
Enquanto isso, o PCE (índice de preços de gastos com consumo), dos EUA, passou por alta de 1,5% no terceiro trimestre. O percentual confirmou as expectativas do mercado e representa uma desaceleração após a alta de 2,5% no segundo trimestre.