O Kremlin notou que o círculo do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, tem falado sobre a possibilidade de um plano de paz na Ucrânia, enquanto o presidente Joe Biden tenta ampliar a guerra. A informação vem de falas do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira (25), disse a “Reuters”.
Em comentário sobre uma entrevista de Mike Waltz, indicado para o conselheiro de segurança nacional no próximo governo de Trump, Peskov afirmou que o presidente eleito está “muito preocupado” com a escalada da guerra e quer um “fim responsável” para o conflito.
O porta-voz também mencionou que Putin sinalizou repetidas vezes que está pronto para dialogar sobre a Ucrânia.
Mudança de cenário com Trump
Na entrevista, concedida à Fox News, Waltz mencionou um envolvimento da Coreia do Norte e do Irã no conflito; o uso de um míssil balístico hipersônico da Rússia contra a Ucrânia; a permissão, por países ocidentais, da disparada de seus mísseis contra a Rússia; e a possibilidade de um envolvimento da Coreia do Sul no conflito.
Além disso, ele apontou para a necessidade de se discutir um acordo para acabar com a guerra entre os países.
“De fato, do círculo de apoiadores de Trump e daqueles que foram nomeados para futuros cargos na futura administração, a palavra ‘paz’ ou ‘plano de paz’ está sendo ouvida”, afirmou Peskov, segundo a “Reuters”.
“Nenhuma dessas palavras está sendo ouvida do atual governo (Biden), enquanto as ações de escalada provocativa continuam. Essa é a realidade que enfrentamos”, disse.
Em junho, Putin sinalizou que quer começar as negociações de paz. Para isso, ele reivindicou que a Ucrânia desistisse de aderir à Otan e entregasse as quatro províncias em disputa. Para a Ucrânia essas exigências são inaceitáveis.
Na última terça-feira (19), a Ucrânia disparou mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia pela primeira vez, afirmou a imprensa estatal russa. Os projéteis, chamados de ATACMS, foram disparados contra instalação militar em Bryansk, próxima à fronteira entre os dois países.