O urânio iraniano retirado antes dos ataques aéreos dos Estados Unidos reacendeu preocupações internacionais. Embora o Irã afirme ter transferido o material dias antes dos bombardeios, não revelou o destino.
Assim, autoridades dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) intensificaram os esforços para localizar o estoque, que pode ser suficiente para fabricar ogivas nucleares.
EUA bombardeiam usinas e perdem rastreamento do urânio iraniano
No último sábado (21), os Estados Unidos atacaram as usinas nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan.
Apesar do anúncio de Donald Trump de que os complexos foram “destruídos”, o governo americano não localizou o urânio iraniano que estava armazenado.
Pouco depois dos bombardeios, o Irã declarou ter removido o material nuclear antecipadamente. No entanto, até agora, o país se recusa a revelar onde o enviou. Essa decisão alimenta dúvidas sobre os reais objetivos de Teerã.
IAEA cobra explicações e EUA aumentam a pressão
A IAEA confirmou que recebeu uma carta do chanceler iraniano Abbas Araghchi antes dos ataques.
No documento, o Irã prometeu proteger seu material e equipamentos. Porém, a agência afirma que o país não comunicou oficialmente a movimentação do urânio iraniano, como exige o protocolo internacional.
Enquanto isso, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, reforçou a busca por respostas. Ele declarou à rede ABC que Washington fará da questão uma prioridade nas próximas semanas, especialmente durante os próximos contatos com o governo iraniano.
Urânio iraniano pode alimentar ogivas nucleares
A IAEA estima que o Irã acumulava cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60%. Se o país elevar a concentração para 90%, poderá produzir até dez ogivas nucleares.
Por esse motivo, diplomatas europeus alertam para o risco de proliferação e temem que o Irã esteja tentando manter sua capacidade atômica fora do radar.
Além disso, especialistas em segurança acreditam que o material pode ser repassado a aliados regionais, o que ampliaria o impacto geopolítico da ocultação.
Falta de transparência sobre urânio iraniano gera instabilidade
Embora o governo iraniano reforce que seu programa nuclear tem fins pacíficos, a falta de comunicação com a IAEA aumenta a desconfiança.
Ao movimentar o urânio iraniano sem informar a comunidade internacional, Teerã eleva o risco de conflito e dificulta eventuais negociações futuras.
Nesse cenário, os EUA, Israel e aliados europeus devem intensificar o monitoramento das atividades nucleares iranianas.
Afinal, garantir a segurança internacional exige ações coordenadas e transparentes.