A expectativa em torno dos resultados das empresas do setor de educação no quarto trimestre de 2023 é grande entre os investidores brasileiros. Para especialistas ouvidos pelo BP Money, o ano passado foi de recuperação para o setor, o que deve ser confirmado na divulgação dos balanços.
O head de produtos da InvestSmart, Alexandre Carvalho, destaca que as empresas de educação divulgam resultados mais positivos no primeiro trimestre e mais negativos no quarto trimestre, devido ao maior fluxo de matrículas no início do ano, mas ele está otimista em relação dos últimos três meses.
“Em 2023 houve uma melhoria significativa nas matrículas, mostrando forte recuperação quando comparado com o período pós Covid-19. Para o 4T23 a expectativa é positiva, até refletindo o que ocorreu ao longo do ano. Receita líquida, lucro líquido e margens operacionais maiores que as observadas no 4T22”, projeta Carvalho.
Fatores de atenção
Um dos principais fatores para o otimismo dos analistas vem da macroeconomia.”As taxas de juros em queda ajudam a arrefecer o impacto do endividamento no resultado das empresas, combinado a isso temos a taxa de desemprego em patamares inferiores aos de 2024 e inflação parcialmente sob controle, fatores estes favoráveis para que as pessoas busquem realizar uma formação”, avalia o especialista em finanças e investimentos, Hulisses Dias.
“O ano de 2023 para o setor de educação ficou marcado pela melhora nos resultados operacionais, impulsionado pela modalidade de ensino à distância. As ações do setor tiveram altas expressivas, com destaque para a Yduqs (YDUQ3). A perspectiva para o resultado do 4T23 é positiva, assim como para os próximos trimestres”, disse Ulisses.
O especialista em investimento pondera que o setor está em alerta com possíveis ações do governo que podem impactar o desempenho das empresas nos próximos meses.
“O setor de educação se mostra sensível às regulações feitas pelo governo. O Ministério da Educação já sinalizou que o governo pretende aumentar a fiscalização sobre os cursos à distância (EaD), exigindo melhores padrões de qualidade e maior quantidade de professores por curso. Embora não concretizadas em 2023, ainda existem expectativas sobre a criação de incentivos governamentais para o setor, como o novo FIES, que não deverá incluir cursos Ead, e o programa Mais Médicos 3”, destacou.
Aposta
O mercado aposta alto na valorização das ações das empresas do setor educacional em 2024. No início deste mês, a XP (XPBR31) revisou para cima os preços-alvo das ações de algumas instituições educacionais, como Yduqs (YDUQ3), Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3) e Ser Educacional (SEER3).
Para Yduqs, o novo preço-alvo é de R$ 29,70, representando um potencial de valorização de 54% em relação ao fechamento anterior. No caso de Cruzeiro do Sul Educacional, a estimativa foi ajustada para R$ 8,20, implicando um aumento de 106%, enquanto para Ser Educacional, o novo preço-alvo é de R$ 9,90, indicando um potencial de alta de 55,9%.
Já o Itaú BBA (ITUB4), prevê que o setor deve passar 2024 sem grandes mudanças nas tendências observadas no ano anterior. Segundo relatório divulgado pelo banco na véspera no último dia 8, a, Yduqs deve continuar apresentando resultados operacionais positivos a curto prazo, enquanto Anima (ANIM3) ainda possui grande potencial de valorização, na visão dos analistas, principalmente na vertical médica Inspirali, apesar da alta alavancagem financeira e riscos inerentes a uma companhia que está focando em eficiência e ganhos de rentabilidade.