Nos últimos dias o mercado financeiro tem apresentado resultados negativos, com a perda de valor das ações de empresas na bolsa de valores e a desvalorização do real, refletindo um pessimismo dos investidores no mercado.
O S&P e Nasdaq, principais índices acionários norte-americanos, atingem máximas recordes nesta segunda-feira (30) e acumularam um aumento aproximado de 20% em 2021. Enquanto, neste mesmo cenário, a bolsa mexicana obteve um aumento de em torno de 18% ao ano, evidenciando o fato de que os ativos brasileiros estão apresentando uma performance inferior, quando comparados os equivalentes medidores no mercado externo.
Ao passo em que se observa a evolução do mercado internacional, na perspectiva nacional é possível assistir a 21ª elevação consecutiva do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – inflação oficial do país) que subiu de 7,11% para 7,27%.
A estimativa pertence ao boletim Focus desta segunda-feira (30), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), que aponta a projeção para os principais indicadores econômicos.
Em meio a incertezas econômicas, o mercado financeiro reage apontando a deterioração do risco Brasil, que é um indicador econômico que mostra a investidores estrangeiros os riscos em investir no país, quanto mais alto o índice, maior o risco e menor a confiança dos investidores com relação ao Brasil.
Neste cenário de inflação que ameaça desancorar expectativas e ao mesmo tempo em que as diferentes economias estão obtendo performances promissoras nas bolsas de valores enquanto o real vem apresentando pior rendimento, o que sobra para as projeções do mercado é de um retrocesso no arcabouço fiscal.
O temor sobre a fragilização do arcabouço fiscal brasileiro caminha com os dados. Entre junho (mês em que o dólar fechou abaixo dos R$ 5,00 no Brasil pela primeira vez desde 2020) e agosto, o spread dos contratos de 5 anos de Credit Default Swap (CDS) do Brasil, um ativo de proteção contra calotes que é comumente usado como proxy do risco-país, subiu 9,29%.