ABC Brasil (ABCB4): lucro no 3T22 não é "resultado isolado"

O Banco ABC Brasil (ABCB4) reportou, nesta sexta-feira (4), um lucro líquido recorrente de R$ 218,1 milhões referente ao terceiro trimestre de 2022. O resultado, de acordo com o diretor de RI da instituição financeira, Ricardo Miguel de Moura, é uma consequência da estratégia de crescimento gradual do banco, através da diversificação de portfólio de produtos, segmentação de clientes e canais.

“Esse é um trimestre que vem de uma sequência de trimestres com expansão de rentabilidade, de forma gradual, não demos nenhum salto, e o objetivo sempre foi capturar aumento de rentabilidade de forma gradual e conseguirmos, ao mesmo tempo, diluir posição de risco, expandido estruturalmente a rentabilidade do banco e tentando, na medida do possível, reduzir a volatilidade ao longo dos ciclos”, disse Moura ao BP Money. 

Este foi o segundo trimestre que o banco conseguiu apresentar um lucro acima de R$ 200 milhões. No segundo trimestre deste ano, o ABC Brasil teve lucro de R$ 201,7 milhões. Além disso, foi o 9º trimestre de expansão consecutiva do ABC Brasil. A margem de clientes, principal linha da margem financeira, teve alta de 23% frente ao mesmo intervalo de 2021.  

“Você tem uma série de fatores que contribuíram com o resultado deste trimestre. Para começar, a margem com clientes veio muito boa e veio assim porque tivemos uma boa expansão de carteira de crédito, continuamos tendo uma diversificação na nossa estratégia, que está muito voltada a diversificação, seja no portfólio de clientes, no portfólio de produtos ou em canais”, afirmou Moura.

O executivo do ABC Brasil também destacou que houve um incremento do segmento de middle (faturamento de R$ 100 milhões a R$ 500 milhões anuais) dentro do portfólio de clientes e chamou a atenção para a diversificação do portfólio de produtos. 

“A despesa de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) veio muito sob controle, mesmo a gente crescendo carteira, e grande parte da despesa de PDD desse trimestre foi relacionado ao crescimento da carteira e não a uma deterioração do portfólio. A receita de serviços também veio muito forte. O banco de investimentos teve mais um trimestre recorde e você tem algumas das novas iniciativas já rampando e ajudando na composição desse resultado”, disse Moura. 

O executivo reiterou que “crescer a qualquer custo” não é parte da estratégia do banco e, por isso, a instituição “aposta” na diversificação e no crescimento gradual. Moura explicou que o banco tenta diversificar cada vez mais o negócio. 

“A medida que você tem mais segmentos de clientes, mais produtos, mais fontes de receitas, mesmo que em um trimestre específico alguma área não esteja entregando todo seu potencial, você tem outras alavancas para conseguir fazer com que o retorno do banco como um todo seja mais suave. Então você reduz a volatilidade do resultado e traz um resultado que acaba sendo mais resiliente”, explicou Moura. 

“Ainda temos uma caminho para seguir nesse processo, mas o resultado desse trimestre, assim como os anteriores, mostra que a gente tem um pedaço desse percurso sendo entregue”, complementou o executivo do ABC Brasil.

Os destaques do ABC Brasil no 3T22

O Banco ABC Brasil aumentou em 36% o número de clientes corporativos nos últimos 12 meses, para 4.309 clientes corporativos. No 3T22, foram 321 clientes adicionados à base do banco em relação ao trimestre anterior, alta de 8%. 

“Margens com clientes sem dúvidas é um grande destaque. A gente teve um crescimento bem grande, tanto trimestre contra trimestre quanto versus o mesmo tri do ano passado. Tivemos uma receita de serviço também muito forte. A receita de serviço dos 9 primeiros meses de 2022 já foi maior do que a do ano inteiro de 2021. E isso tem a ver com a performance do banco de investimento, mas também você teve a corretora de seguros que vem em um ritmo bem interessante”, pontuou o executivo do Banco ABC Brasil em entrevista ao BP Money.

“Continuamos crescendo em clientes e isso é uma pedra fundamental na estratégia”, completou Moura.

O Banco ABC Brasil também informou que, pela primeira vez, publicou, neste ano, o relatório de sustentabilidade. Moura falou sobre a importância do tema ESG e destacou que essas medidas já eram realizadas pelo banco, apesar de serem internalizadas. 

“Estamos dando mais transparência em algumas métricas ESG até como uma demanda do mercado, e existe uma trilha que nós já definimos de próximos passos e objetivos nesse caminho e, sem dúvida, a nossa ambição é muito maior nesse aspecto”, disse Moura.

“O que vem acontecendo mais recentemente é que o banco vem se organizando de uma forma mais integrada, se equipando com mais pessoas, construímos uma área ESG dentro do banco, criamos uma time multidisciplinar para olhar as questões como achamos que deve ser abordado e estamos sendo mais vocais em coisas que já fazíamos mas não dávamos tanta publicidade”, finalizou o executivo do ABC Brasil.