É absurdo não defender tributação de dividendos, diz CEO da Petz

Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, afirmou, ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a reforma tributária é o caminho para diminuir a desigualdade

O fundador e CEO da Petz (PETZ3), Sergio Zimerman, afirmou, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que o novo governo deve concentrar esforços em diminuir a tributação para os mais pobres. Para Zimerman, “é um absurdo alguém defender que a tributação de dividendos não deve acontecer”. 

“Tenho renovadas esperanças com o governo Lula. Espero que se tenha a visão correta de como empoderar os mais pobres. Naturalmente, ele teve oportunidade de fazer isso e não fez, mas sempre será tempo de fazer. É um absurdo alguém defender que a tributação de dividendos não deve acontecer. Não posso falar em nome de todo o empresariado, mas acho que o empresariado que tem consciência não pode imaginar que tributar dividendos seja uma coisa equivocada”, disse Zimerman.

Zimerman reiterou que acha “uma vergonha” pagar menos imposto do que um operador de caixa de sua empresa e também afirmou que a “brutal concentração de renda” deveria ser mais discutida.

“Eu, como CEO da companhia, pago menos imposto do que um operador de caixa da minha empresa. Isso é uma vergonha. Não acho que um país pode dar certo com esse tipo de mentalidade”, afirmou Zimerman ao jornal. 

O CEO da Petz destacou que a reforma tributária precisa acontecer no novo governo que entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2023.

“Fico preocupado quando vejo todas as propostas de reforma que foram discutidas até o momento… Vejo que nenhuma toca no assunto mais central, que é essa brutal concentração de renda”, complementou Zimerman.

O CEO da Petz também falou sobre as eleições e destacou que o resultado das urnas revela um processo democrático de alternância de poder. 

“Infelizmente estamos vendo esse ruído (referindo-se aos bloqueios em estradas da semana passada). Vejo sempre um novo governo como esperança renovada em um tema que, para mim, é central: a desigualdade social brutal que existe no Brasil”, disse Zimerman.

Segundo Zimerman, apenas o governo através de assistencialismo não é o suficiente para diminuir a desigualdade no País.

“Algum grau de assistencialismo é necessário, principalmente para as pessoas que estão abaixo da linha da pobreza. No entanto, para realmente interferir na desigualdade e promover oportunidades de elevar a condição de vida das pessoas de uma forma estruturada, a mãe de todas as reformas é a tributária”, afirmou o CEO da Petz ao “O Estado de S. Paulo”.