Ação da Americanas (AMER3) recua com dívida maior que prevista

Papéis da Americanas recuam 9,09%, a R$ 1,91

As ações da Americanas (AMER3) operavam em queda consistente nesta quinta-feira (02), recuando 9,09%, a R$ 1,91, por volta das 12h30 (de Brasília). A baixa acontece após o administrador judicial da companhia elevar a dívida total da empresa para R$ 47,9 bilhões. 

O valor atualizado da dívida é R$ 6,6 bilhões a mais que o informado pela companhia anteriormente, de R$ 41,2 bilhões. A informação sobre a discrepância nos montantes da dívida foi informado na quarta-feira (01), através de petição enviada à 4ª Vara Empresarial da cidade do Rio de Janeiro, que acompanha a recuperação judicial da varejista. 

O escritório de advocacia Zveiter, administrador judicial da Americanas, informou que “utilizou como parâmetro a relação de credores apresentada pelas recuperandas (Grupo Americanas) em juízo, o que pode ser alterado desde que comunicado formalmente nos autos”.

Questionada, a Americanas disse que a diferença se refere ao valor total das debêntures nas quais a Americanas é devedora das empresas do grupo, a JSM e a B2W. A varejista disse que esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade.

“As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas S/A para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos Bonds (as debêntures “espelham” os bonds). Ao considerar o endividamento consolidado das recuperandas, esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um canal intragrupo para remessa de recursos para o pagamento daquela dívida”, disse o grupo Americanas.

Americanas acusa BTG de participação em rombo bilionário

A Americanas está acusando o BTG Pactual (BPAC11) de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões, que resultou no pedido de recuperação judicial da varejista. Em um documento judicial, a empresa incluiu cartas de circularização do banco à PWC para embasar a afirmação. As informações foram obtidas pelo “Broadcast”, do grupo “Estadão”.

Na interpretação da varejista, as respostas do BTG à empresa de auditoria mostram que não foram registrados passivos, mas apenas ativos da empresa com a instituição financeira. Logo, o banco teria supostamente uma parcela de culpa no rombo bilionário.

“O BTG também teve participação nos atos que culminaram no cenário periclitante atual. Aliás, não apenas participação, mas conivência e culpa”, afirmaram os advogados da varejista. “O BTG, na verdade, indicou somente ativos do Grupo Americanas, contribuindo para as inconsistências contábeis”, complementou a Americanas.

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