Em um cenário global repleto de desafios, o mercado de ações enfrentou um período incerto devido a eventos como a postura restritiva nos Estados Unidos, a tensão geopolítica e o ritmo econômico mais tímido na China. No Brasil, particularmente, as dúvidas em torno do primeiro ano da gestão de Lula adicionaram um tom de cautela às expectativas em relação à recuperação da bolsa.

No entanto, a segunda metade do ano trouxe uma mudança de perspectiva com o esclarecimento das incertezas políticas no país e os sinais do Federal Reserve (o banco central dos EUA) indicando uma possível desaceleração do aperto monetário e a elevação das taxas de juros, incentivando o influxo de investimentos para o mercado nacional de riscos. O resultado disso foi o fechamento do Ibovespa em 134.185 pontos, acumulando um avanço de 22,17%, a maior valorização observada desde 2019.

No contexto desse movimento, as ações que lideraram as maiores altas ao longo de 2023 não estavam restritas a um único setor, demonstrando a diversificação das carteiras de investimento. Destacam-se, entre as maiores valorizações, empresas do setor educacional, como Yduqs e Cogna, e do segmento de commodities, a exemplo da CSN Mineração e Petrobras, esta última sendo a maior empresa do país em valor de mercado.

É importante notar que, com exceção da Petrobras, os papéis que figuraram entre as maiores altas de 2023 não estavam presentes no mesmo ranking de 2022, sinalizando uma mudança no panorama e nas tendências de investimento ao longo do ano.