Altas na Bolsa

Ações da Azul (AZUL4) saltam mais de 8%; entenda cenário

O papel da Azul no Ibovespa repercute as novidades que podem impulsionar ainda mais a empresa em sua negociação de dívidas

Azul / Divulgação
Azul / Divulgação

Na sessão desta quinta-feira (260 as ações da Azul (AZUL4) operam em forte alta. A razão para isto é a repercução das informações de a conclusão das negociações com arrendadores esta próxima.

O papel preferencial da Azul subia 8,82%, a R$ 5,55, por volta das 13h58 (horário de Brasília).

Anteriormente, o papel da companhia aérea sofreu perdas por conta de uma notícia de que estaria trabalhando com alternativa para o pagamento de suas dívidas.

Na avaliação da XP, a conclusão dos acordos da Azul com seus arrendadores ainda em outubro serviria de impulso para as ções da empresa, além de levar à diluição de acionistas limitada a 20% e 22%.

As negociações com cerca de 90% dos arrendadores já foram encerradas no último e até o final de outubro a Azul deve finalizar as negociações com todo o grupo, de acordo com apuração da revista “Exame”.

Levando em conta um alto risco de calote pela aérea, a Fitch Ratings – agência de classificiação de risco – rebaixou as notas de crédito da Azul em moeda estrangeira de “B-” para “CCC” e cortou sua classificação nacional de escala de “BB(bra)” para “CCC(bra)”, na quarta-feira (25).

Segundo a agência, os rebaixamentos refletem o aumento do risco de refinanciamento da companhia.

A dívida de curto prazo da Azul estava em R$ 1,5 bilhão em 30 de junho, com R$ 1,2 bilhão com vencimento previsto para o segundo semestre de 2024, e cerca de R$ 1,4 bilhão de caixa disponível, segundo os critérios da Fitch.

“Os ventos contrários enfrentados pela Azul estão relacionados à desvalorização do real, à perda de receita de cerca de 10% em suas operações no Rio Grande do Sul e ao atraso no recebimento de novas aeronaves”, consta em relatório da Fitch, segundo o “Valor”.

Azul (AZUL4): Goldman rebaixa recomendação para ‘neutra’

Goldman Sachs rebaixou a recomendação da Azul (AZUL4) de ‘compra’ para ‘neutra’, embora ainda veja as operações da companhia aérea como saudáveis.

O banco americano também cortou o preço-alvo de R$ 12,20 para R$ 7,30, ainda um potencial de alta de 39% em relação ao fechamento de sexta-feira (20). O target para o ADR (recibo de ações negociados na NYSE) foi cortado de US$ 6,70 para US$ 4 (upside de 38%).

Segundo o relatório, a retomada da lucratividade foi sustentada pelo comportamento racional do mercado brasileiro pelos três principais players, juntamente com as perspectivas limitadas dos fabricantes de aeronaves em um futuro próximo, o que mitiga o risco das companhias aéreas adicionarem capacidade significativa no curto prazo.

Por outro lado, o Goldman Sachs explica que a recente depreciação do real levou a um aumento significativo da dívida líquida da empresa, visto que praticamente 100% da dívida da empresa é denominada em dólar e os pagamentos de arrendamento também estão vinculados ao dólar.

Isso, juntamente com a piora do ambiente macroeconômico, provavelmente limitará espaço para uma potencial reavaliação da ação, destacou o banco.

De acordo com projeções do Goldman, a Azul deve encerrar 2024 com uma alavancagem (Dívida líquida/Ebitda) de 4,6 vezes.

Além disso, o banco destaca que os pagamentos da dívida (excluindo pagamentos de arrendamento) chegaram a R$ 1,1 bilhão no 2º semestre de 2024. Adicionalmente, como referência, analistas esperam que a Azul queime cerca de R$ 1,5 bilhão de caixa este ano.