A retirada da proposta de OPA (oferta pública de aquisição de ações) e combinação de negócios da EMS com a Hypera (HYPE3) ampliou a desvalorização das ações na sessão desta quinta-feira (31).
Por volta das 15h50, as ações ordinárias da companhia Hypera (HYPE3) recuavam 7,22%, a R$ 22,36. O papel já acumula queda superior a 19% ao longo da última semana.
A companhia informou na última quinta-feira (24), que seu Conselho de Administração rejeitou a proposta de fusão da EMS. Desde então, o valor de mercado da empresa encolheu R$ 3,4 bilhões, chegando a R$ 14,2 bilhões na sessão desta quinta-feira.
Para analistas do JPMorgan, o anúncio de desistência da EMS não surpreendeu, além de direcionar mais uma vez a atenção dos investidores para os fundamentos mais fracos da Hypera. Esses pontos envolvem o processo de racionalização do capital de giro anunciado recentemente, de acordo com o “Valor”.
Para o JPMorgan, a EMS não parecia disposta a negociar proposta melhor do que a que foi apresentada ao conselho da Hypera, isto diminuiu as chances de aprovação em assembleia.
O processo de racionalização até o segundo semestre de 2025 pressiona os resultados da Hypera, disse a equipe do banco. Isto deve reduzir o apetite dos investidores pelo papel e limitar a volatilidade das ações. A recomendação do JPMorgan para os papéis é de compra, com preço-alvo em R$ 36.
Hypera (HYPE3): EMS formaliza retirada da proposta de fusão após recusa
Desde que a EMS propôs juntar os negócios com a Hypera (HYPE3), as expectativas em torno da gigante do setor farmacêutico que poderia estar a caminho movimentaram o mercado. Isso, contudo, não vai acontecer. A EMS formalizou a retirada da proposta, após o Conselho da Hypera (HYPE3) rejeitar a fusão.
A Hypera (HYPE3) anunciou, por meio de fato relevante na última quinta-feira (24), que a proposta foi recusada por “subestimar significativamente” o valor da companhia.
A Hypera também considerou que o portfólio de produtos da EMS, focado em medicamentos genéricos, não está alinhado com os segmentos que a companhia avalia como estratégicos.
Outra justificativa apresentada foi de que o conselho considera a cultura organizacional e práticas de governança corporativa das duas empresas “absolutamente distintas, sendo a Hypera uma companhia aberta desde 2008, com substancial dispersão acionária, e a EMS uma empresa familiar de capital fechado”.
“A Companhia lamenta que a Proposta lhe tenha sido enviada ao mesmo tempo em que divulgada pela imprensa e ainda com o pregão em curso, e registra que zelará pelos interesses da Companhia e dos seus acionistas, assim como pelo cumprimento das normas aplicáveis ao mercado de valores mobiliários”, afirmou o fato relevante.
A proposta da EMS envolvia uma OPA (oferta pública de aquisição) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30 e o restante em troca de ações.
A nova companhia seria controlada pelos acionistas da EMS com 60% da empresa. Eles teriam cinco dos nove membros do conselho, com quatro sendo nomeados pela Hypera, e a listagem contínua no Novo Mercado da B3.