Na sessão desta sexta-feira (27), as ações dos frigoríficos operam em forte queda no Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, repercutindo negativamente notícias de que a China iniciou uma investigação sobre a importação de carnes bovinas no país.
A China é um dos maiores mercados consumidores de carne brasileira, tendo, apenas em 2024, comprado mais de 1 milhão de toneladas do produto.
Por volta de 13h51 (horário de Brasília), o papel da Marfrig (MRFG3) liderava as perdas entre as empresas que compõem o Ibovespa, caindo 5,76%. Já sua controlada, a BRF (BRFS3) tinha desvalorização de 3,30%.
Logo atrás vem a ação da JBS (JBSS3), que opera com queda de 2,53%, e a da Minerva (BEEF3) que recua 2,30%.
China inicia investigação sobre carne bovina importada do Brasil
Conforme foi informado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária nesta sexta-feira (27), o Ministério do Comércio da China iniciou uma investigação sobre as importações de carne bovina. A iniciativa não se restringe apenas ao Brasil, mas a todos os países exportadores de carne bovina para o país asiático.
Deve ser analisado na investigação o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024. A expectativa é de que esse processo dure oito meses.
Não houve adoção de qualquer medida preliminar, até o momento, sendo assim, a tarifa de 12% “ad valorem” que a China aplica sobre as importações de carne bovina segue vigente.
“Durante os próximos meses, e seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa, sendo, pelo contrário, importante fator de complementaridade da produção local chinesa”, afirmou o ministério em nota.
A investigação preocupa, ao passo que China é hoje o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina. Somente este ano as exportações brasileiras do produto para o país parceiro superaram 1 milhão de toneladas.
“O governo brasileiro reafirma seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas do nosso principal parceiro comercial, sempre buscando o diálogo construtivo em busca de soluções mutuamente benéficas”, diz a nota.