O varejo emerge como o setor predominante dentre as 10 ações de maior queda no Ibovespa ao longo de 2023. Dentro do universo amplo de mais de 80 empresas que compõem esse índice, as que têm sua subsistência associada ao consumo e são sensíveis às flutuações nas taxas de juros enfrentaram consideráveis desafios num ano marcado pela manutenção da Selic em patamares elevados, ultrapassando a marca dos dois dígitos.

Uma confluência de fatores, como alavancagem, pedidos de recuperação judicial, incongruências contábeis e desempenho trimestral abaixo das expectativas, contribuiu para essa conjuntura, conforme observado por especialistas ouvidos pelo Valor Investe. Entre essas empresas estão Casas Bahia, Alpargatas, Soma, Petz, Pão de Açúcar e Assaí. E embora o Magazine Luiza não figure entre as 10 principais em queda, posicionou-se entre as 20, consolidando mais um ano de significativas perdas.

Ao final, o ano que se antevia com a perspectiva de taxas de juros decrescentes e um novo governo focado em impulsionar o poder de compra das camadas de menor renda resultou de maneira distinta das projeções otimistas para o setor varejista. A taxa básica de juros apenas começou a cair no segundo semestre. Até então, a política de aperto monetário conseguiu conter a inflação, mas teve como desdobramento prejuízos para várias empresas.