As ações da Embraer (EMBR3) dispararam nesta segunda-feira (22) após o fechamento de um acordo com a Latam Airlines para a compra de até 74 aeronaves E195-E2. Às 14h59 (horário de Brasília), os papéis tinham 5,28% de ganho e estavam no topo das maiores altas do Ibovespa.
De acordo com a Reuters, via Investing.com, o pedido vem em meio à crise de atrasos na entrega de aeronaves pelas fabricantes Boeing e Airbus.
O acordo contempla o pedido firme de 24 aeronaves, avaliado em cerca de US$2,1 bilhões, considerando o preço de tabela dos aviões, e 50 opções de compra. As entregas das 24 aeronaves irão começar no segundo semestre de 2026, inicialmente para a Latam Airlines Brasil, com o potencial futuro de incluir outras afiliadas do grupo.
A Embraer afirmou que, com a encomenda, a Latam poderá “adicionar até 35 novos destinos aos 160 já existentes” na América do Sul, onde o maior mercado é o Brasil. Até o momento, a companhia aérea não operava aviões da fabricante brasileira. A frota da empresa é formada, segundo a Embraer, por 286 jatos Airbus, 56 Boeing e 20 cargueiros da fabricante norte-americana.
Indicação do Itaú BBA e do Santander
Os analistas do Itaú BBA (ITUB4) consideraram a notícia positiva, avaliando que o pedido de US$1,05 bilhão, assumindo um desconto de 50%, pode fazer com que a carteira de encomendas da Embraer atinja um novo recorde de US$31 bilhões no terceiro trimestre de 2025, o que deve ajudar a sustentar a valorização das ações.
“Considerando que a Latam Airlines já opera aeronaves da Boeing e da Airbus, acreditamos que esse pedido reforça a competitividade dos produtos da Embraer”, afirmaram Daniel Gasparete e equipe do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
Já os analistas do Santander (SANB11) avaliam que, levando em consideração um desconto de 60% sobre os preços da tabela, o pedido firme acrescente 6,4% à carteira de pedidos da aviação comercial da Embraer e 2,8% à carteira consolidada. Incluindo as opções de compra, afirmaram Lucas Esteves e equipe, os acréscimos seriam de 19,8% e 8,7%, respectivamente.
Em relatório aos clientes, os bancos também destacaram que o pedido reduz os riscos do cronograma de entregas de 2026 da Embraer, principalmente considerando as dificuldades relacionadas aos motores dos jatos E1 e o processo de recuperação judicial (Chapter 11) da única operadora dos jatos no Brasil.
Pedidos relacionados e máximas históricas
O último pedido no Brasil de aeronaves E2, atual geração de jatos comerciais da Embraer, foi feito pela companhia aérea Azul, a única a voar com esse modelo no país em 2018.
Recentemente, a fabricante de aviões anunciou pedidos de 50 jatos, também de E195-E2, da norte-americana Avelo Airlines, há alguns dias, um negócio avaliado em US$4,4 bilhões.