Queda histórica

Ambipar despenca mais 58% e já caiu mais de 90% em um mês

Papel chegou a avançar na semana passada, mas voltou a ceder em meio a preocupações com as finanças

Foto: Divulgação / Ambipar
Foto: Divulgação / Ambipar

Após fechar em forte queda de 61,48% na véspera, as ações da Ambipar (AMBP3) operam nesta sexta-feira (3) com perdas de 58,18% às 15h33, cotados a R$ 1,15, menor valor histórico da companhia. Em um mês, a ação desvalorizou 90,82%, em movimento que reflete a grave desconfiança dos investidores após a companhia de soluções ambientais entrar com pedido de proteção contra credores no fim do mês passado – iniciativa famosa por anteceder a recuperação judicial.

A empresa vem de uma bola de neve de acontecimentos negativos, desde a saída do diretor financeiro, João de Arruda, até os catalisadores mais recentes, como a obtenção de liminar contra credores e o imbróglio envolvido o caixa da companhia.

Quais os principais pontos que envolvem a crise da Ambipar? Entenda:

FIDC com supostas irregularidades – O fato mais recente que dissolveu a confiança dos investidores foi a notícia da existência de supostas irregularidades em um FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) onde a Ambipar diz estar boa parte de seu caixa.

Pedido de medida cautelar – Na semana passada, a Ambipar entrou com um pedido de medida cautelar contra pressões de credores. A empresa recorreu à Justiça do Rio de Janeiro a essa medida, pois estava sendo cobrada de forma que poderia disparar cláusulas de vencimento antecipado, obrigando a empresa a quitar mais de R$ 10 bilhões de imediato.

Credor contesta decisão – O Banco Sumitomo contestou a decisão que concede proteção contra credores à Ambipar, alegando que a empresa usou contratos específicos para blindar 353 sociedades e questionando a real necessidade da medida, já que o grupo diz possuir R$ 4,7 bilhões em caixa, dos quais R$ 2 bilhões em liquidez imediata – que ficou em dúvida pelas supostas irregularidades dos FIDCs.

Reestruturação de dívida – A companhia contratou a BR Partners como assessor financeiro e auxiliar na reestruturação da dívida, após frustradas negociações com a Seneca Evercore, enquanto um grupo de bondholders (detentores de títulos) se organiza para iniciar conversas com a empresa.