
O BofA (Bank of America) avalia que a gestão de passivos da Cosan (CSAN3) e da Raízen (RAIZ4) está no caminho certo, e acredita que as companhias devem obter sucesso em suas operações.
Segundo as analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo, que assinam o relatório, a reestruturação de passivos está em grande parte concluída, e o foco agora se volta à venda de ativos — um possível gatilho para destravar valor nas ações.
O banco reiterou recomendação de compra para Cosan, com preço-alvo de R$ 14 (potencial de alta de 77%), e manteve recomendação positiva para a Raízen, embora tenha revisado o preço-alvo da subsidiária de R$ 3 para R$ 2,70, refletindo os resultados mais recentes, o andamento da gestão de passivos e a nova orientação estratégica da empresa.
Seis meses após o início da reestruturação, ambas as companhias seguem focadas na redução da dívida e no alongamento dos vencimentos, o que contribui para reduzir o risco de liquidez.
“Esperamos que as empresas tenham sucesso, dado o time sólido, a qualidade dos ativos e as iniciativas já anunciadas. Ressaltamos que o cronograma ainda é incerto — especialmente no que diz respeito à venda de ativos —, mas esse é um foco claro da gestão. Ainda assim, acreditamos que essas vendas ocorrerão eventualmente, possivelmente desencadeando uma reavaliação das ações”, afirmam as analistas, conforme reportado pelo MoneyTimes.
BofA: reestruturação financeira e venda de ativos
O BofA destaca que os dois últimos trimestres marcaram o início de uma mudança de rota para Cosan e Raízen. Com os recursos obtidos na venda da participação na Vale (VALE3), a Cosan recomprou dívidas e ações preferenciais.
A dívida líquida foi reduzida em R$ 6 bilhões, ao passo que os prazos foram alongados e o custo da dívida caiu para CDI + 0,91%. “O foco foi a liquidez de curto prazo e, segundo a gestão, a maior parte do processo já foi concluída.”
Desafios e perspectivas da raízen
Por outro lado, a Raízen enfrentou um quarto trimestre (safra 2024/2025) mais desafiador. Além de resultados operacionais fracos, a dívida bruta aumentou R$ 5,2 bilhões, para cobrir um consumo de capital de giro de R$ 7,1 bilhões, influenciado pela substituição de adiantamentos a clientes e operações de forfait.