O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (18) com queda de 1,61%, aos 133.381,58 pontos. O dólar comercial subiu 0,73 % a R$ 5,59.
O pregão foi marcado pelo acirramento de tensões políticas a nível interno e externo. Hoje, após uma operação da PF, Bolsonaro foi condenado a usar tornozeleira eletrônica. Durante as buscas na casa do ex-presidente e na sede do PL, em Brasília, os agentes apreenderam 14 mil dólares e R$ 8 mil em espécie.
Após o fato, Bolsonaro se pronunciou: “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para a embaixada, mas as [medidas] cautelares foram em função disso. Eu não posso me aproximar da embaixada, e eu tenho horário para ficar na rua. No meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação”.
Além do burburinho interno, o avanço das investigações e descobertas sobre Jair Bolsonaro também aumentam a ansiedade sobre a relação com os EUA. “Há um temor real de que Trump use a situação para justificar uma escalada tarifária contra o Brasil. E isso pega direto nos setores mais exportadores como agronegócio, aviação e manufatura” disse Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.
“O movimento nos juros e no câmbio hoje refletem uma combinação delicada entre ruído político interno, tensão geopolítica e um pano de fundo de aversão a risco que se espalha pelo mercado. O episódio da PF com o ex-presidente Bolsonaro somou mais um ingrediente ao ambiente já conturbado, especialmente pela leitura de que isso pode provocar uma reação do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação às tarifas comerciais”, concluiu o especialista
O dólar oscilou entre R$ 5,598 e R$ 5,524. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda de 0,17%, aos 98,48 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou com a Vivara (VIVA3) liderando as maiores altas, com aumento de 1,35%. A empresa é seguida pela Engie (EGIE3), com alta de 1,04%. A terceira foi a Transmissora Aliança (TAEE11), com crescimento de 0,68% e a lista verde fecha com São Martinho (SMTO3), alta de 0,68%.
A lista vermelha é encabeçada pela Braskem (BRKM5), com recuo de 7,59%. A empresa é seguida pela Yduq (YDUQ3), recuo de 7,45% . A B3 (B3SA3) fechou com recuo de 5,60% e a lista fecha com a Lojas Renner (LREN3), queda de 5,29%.
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,49% e 1,53%, respectivamente Prio (PRIO3) valorizou 0,023%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,48%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,47%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 2,73%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) operou em baixa 1,82%. Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,31%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorizaram 2,25% e e 5,21%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) recuou 3,90%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 5,33%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia mistas. O índice S&P 500 terminou em queda 0,01%. Nasdaq avançou 0,05%. Dow Jones também caiu e fechou em 0,32%.
Nos EUA, as bolsas reagiram ao discurso de discurso do Waller, diretor do Fed, defendendo corte de juros em julho, o que ajudou a aliviar um pouco o dólar e os Treasuries.
Contudo, o ambiente continua instável. “Trump vem pressionando Powell, criticando publicamente o Fed, e isso joga incerteza na condução da política monetária dos EUA. Junto a isso temos os resultados fracos de empresas como Netflix e American Express, e temos um mercado buscando realizações e proteções.” declarou Iarussi