Na boca do urso

Ibovespa fecha em queda nesta terça (8); dólar também desce

O dólar comercial desceu 0,59 %, a 5,44

(Foto: Ibovespa/CanvaPro)
(Foto: Ibovespa/CanvaPro)

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (8) com leve queda de 0,13%, aos 139.302,85 pontos. O dólar comercial desceu 0,59 %, a 5,44

Os mercados globais continuam pressionados pelo “tarifaço” de Donald Trump e possíveis acordos. O Ibovespa não sentiu tanta pressão quanto ontem, quando o presidente dos EUA falou diretamente aos Brics. Muitos dos países que fazem parte do bloco já se pronunciaram sobre o assunto, dizendo que não têm nenhuma pretensão “anti-americana” e que não planejam a adoção de uma moeda unificada, como foi o caso de China e Índia.

O cenário brasileiro também está marcado pelos desenvolvimentos da questão do IOF. Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos CEA acredita que o mercado vê com bons olhos a decisão de Alexandre de Moraes, que derrubou tanto o decreto proposto pelo governo quanto a proibição orquestrada na Câmara e, além disso, solicitou um acordo de conciliação entre eles.

“O mercado vê isso de uma forma positiva porque isso diminui um pouco o atrito e o cenário de indecisão. Isso tende a impactar tanto o dólar, que acaba atraindo mais dinheiro para cá devido à estabilidade, quanto a questão dos juros futuros. Os investidores passam a exigir menos juros para trazer o dinheiro para cá, para um país emergente” analisou Coelho.

Apesar da alta do DXY observada na sessão, o desempenho positivo do minério de ferro e a recuperação do petróleo favoreceram a moeda de países exportadores, como é o caso do Brasil. Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, destacou também o diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo como fator de fortalecimento do Real.

“Vale destacar também que o elevado diferencial de juros entre Brasil e o restante do mundo tem sido um dos principais fatores para a valorização do real neste ano. Embora os dados recentes de inflação indiquem um processo gradual de desaceleração dos preços, espera-se que o Banco Central mantenha os juros estáveis até o final do ano, isso em um contexto no qual o Federal Reserve deve iniciar um ciclo de cortes na taxa americana já em setembro” analisou.

O dólar oscilou entre R$ 5,478 e R$5,435, mas conseguiu fechar estável. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou o dia com queda de 0,06%, aos 97,50 pontos.

Maiores altas e maiores quedas:

O pregão da B3 fechou com a Minerva (BEEF3) liderando as maiores altas, com aumento de 8,22%. A empresa é seguida pela Brava (BRAV3), com alta de 3,22%. A terceira foi a Prio (PRIO3), com crescimento de 3,16% e a lista verde fecha com Petrobras (PETR3), alta de 2,52%.

A lista vermelha é encabeçada pela Weg (WEGE3), com recuo de 4,06%. A empresa é seguida pela Azzas (AZZA3), recuo de 3,92% . Raia Drogasil (RADL3) fechou com recuo de 3,79% e a lista fecha com a Vamos (VAMO3), queda de 3,47%

Variações por setor

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 2,52% e 1,43%, respectivamente Prio (PRIO3) valorizou 3,16%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,35%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,18%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,23%

No setor bancário, Itaú (ITUB4) operou em baixa de 0,24%.Banco do Brasil (BBAS3) fechou o pregão com queda de 0,27%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações 0,24% e 0,41%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu x. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram x%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou x%.

Índices dos EUA

As principais bolsas de Wall Street terminaram sem um rumo certo. Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,05% e 0,19%, respectivamente. Dow Jones também caiu 0,09%.

Os olhos do mundo, e principal “calo” das economias globais seguem sendo, de fato, as tarifas dos EUA. Nesta terça-feira (8) foram enviadas cartas oficias para países como Japão, Coreia do Sul, Tailândia e África do Sul confirmando novas tarifas.

Laos e Mianmar são os que receberam o peso maior das taxas, de 40%. Por outro lado, Donald Trump adiou para o prazo para a aplicação dessas medidas para 1º de agosto, não mais 9 de julho. As Treasuries (títulos do Tesouro americano) subiram, refletindo a incerteza no cenário econômico.

Como um destaque futuro, o país está se preparando para uma nova divulgação da ata do FOMC (comitê de política monetária dos EUA) amanhã, quarta-feira (8).