O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (15) com queda de 0,04%, aos 135.250,10 pontos. O dólar comercial desceu 0,46%, a R$ 5,56.
A queda de hoje marca o sétimo dia em que o Ibovespa terminou no vermelho, refletindo as incertezas causadas pela sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump. De acordo com o Valor Investe, essa é a maior sequência de perdas desde 2023, quando recuou 13 pregões consecutivos.
Durante o dia, o vice-presidente e ministro do MDIC realizou reuniões com representantes do agronegócio e da indústria. Ambos os setores reforçaram a importância do diálogo de se propuseram a colaborar para a diminuição da sobretaxa.
“Não podermos ficar na imprevisibilidade. Temos produtos perecíveis envolvidos nessa questão”, ressaltou o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, que defende a via da negociação com os EUA. “O que entendemos é que o Brasil não se precipitará em medidas de retaliação.”
Também foi conduzida hoje uma tentativa de acordo entre o Governo e o Congresso sobre o decreto de aumento do IOF (Imposto sobre Operação Financeira). Contrariando as expectativas do mercado, a audiência terminou inconclusiva e partes pediram para que o STF decida a controvérsia.
O dólar perdeu o seu valor em frente ao real durante a sessão, “num movimento que reflete tanto o cenário internacional quanto fatores domésticos”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O principal motivo para esse efraquecimento foi a divulgação de dados da inflação ao consumidor nos EUA, que solidificaram as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. Essa possibilidade diminuiu a atratividade da divisa.
“Neste ambiente, o real demonstrou força particular, liderando os ganhos na América Latina e acompanhando a alta de outras divisas, como o peso chileno e o rand sul-africano. A tendência de queda do dólar foi ainda reforçada no Brasil por sinais de uma possível flexibilização na cobrança do IOF e por uma postura mais firme do governo diante da ameaça de tarifas americanas, aliviando tensões no mercado local”, analisou Shahini.
O dólar oscilou entre R$5,603 e R$5,535. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com alta de 0,52%, aos 98,63 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou com a CVC (CVCB3) liderando as maiores altas, com aumento de 6,55%. A empresa é seguida pela São Martinho (SMTO3), com alta de 3,67%. A terceira foi a Marcopolo (POMO4), com crescimento de 3,47% e a lista verde fecha com Cyrela (CYRE3), alta de 3,45%.
A lista vermelha é encabeçada pela MRV (MRVE3), com recuo de 2,87%. A empresa é seguida pela Vale (VALE3), recuo de 2,62% . Bradespar (BRAP4) fechou com recuo de 2,37% e a lista fecha com a Raia Drogasil (RADL3), queda de 1,98%.
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram 1,14% e 0,78%, respectivamente Prio (PRIO3) desvalorizou 1,82%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,62%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,08%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,47%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) operou em alta e fechou o dia em 0,34%. Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 1,06%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,062% e valorização 2,28%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,26%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,16%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 0,33%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia mistas. Os índices S&P 500 caiu 0,40%; Nasdaq avançou 0,18%; e Dow Jones recuou 0,98%.
Majoritariamente em queda, as bolsas dos EUA fecharam refletindo os dados da inflação relativamente moderados, mas que não conseguiram aliviar as preocupações com relação aos impactos das tarifas.
De acordo com O Globo, a inflação subjacente dos EUA subiu menos do que o esperado pelo quinto mês em julho, mesmo com os detalhes sinalizando que as empresas estão começando a repassar de forma mais significativa alguns custos relacionados a tarifas para os consumidores.