
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (18) com queda de 0,30%, aos 156.522,13 pontos. O dólar comercial desceu 0,26 %, a R$ 5,31
Os fatores domésticos foram muito mais fortes do que os globais na queda do Ibovespa de hoje.
A grande notícia do mercado financeiro nacional do dia, a liquidação extrajudicial do Banco Master, “pegou mal” para o setor bancário e o resultado puxou o Ibovespa para baixo.
“O setor bancário é o destaque negativo hoje, fundamentalmente afetado pela liquidação do Banco Master e pelo enorme custo que este trará aos cofres do FGC, que terá de ser capitalizado pelo sistema financeiro, com peso maior sobre os ombros dos grandes bancos”, comentou Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos.
“Com a liquidação, todas as obrigações do Banco Master são congeladas e passam a ser geridas pelo liquidante. Assim, para o investidor, o CDB é interrompido e deixa de pagar juros, ativando a cobertura do FGC, que é responsável pelo pagamento dos investidores enquadrados nas regras do fundo. Desde que enquadrados nas regras do FGC, os investidores recebem tudo. Ou seja, o valor investido e a remuneração contratada até a data do evento! Importante ressaltar, portanto, que não é considerada a remuneração esperada até o vencimento, e sim somente até o dia da decretação da liquidação.”
A maior procura pelo dólar, comum em momentos de crise interna, não se concretizou nesta terça-feira. A queda reflete sinais ainda incipientes de fraqueza na economia dos EUA, sobretudo em relação ao mercado de trabalho, com números abaixo das expectativas nos pedidos de seguro-desemprego divulgados esta manhã.
O dólar oscilou entre R$ 5,346 e R$ 5,315. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com alta de 0,06%, aos 99,60 pontos.
“O real encaminha a sessão para fechamento positivo, sustentado pelo avanço das commodities, especialmente petróleo e minério de ferro na sessão de hoje”, comentou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
“Mesmo com o DXY próximo da estabilidade, a moeda brasileira encontrou suporte adicional na queda dos rendimentos das Treasuries, após o relatório ADP sugerir arrefecimento no mercado de trabalho dos EUA. O recuo nos juros americanos também ajudou a limitar a pressão compradora sobre o dólar, abrindo caminho para valorização da divisa brasileira no pregão de hoje.”
Maiores altas e maiores quedas: COGN3 e MBRF3
O pregão da B3 fechou com a Cogna (COGN3) liderando as maiores altas, com aumento de 9,06%. A empresa é seguida pela Azzas 2154 (AZZA3), com alta de 4,34%. A terceira foi a Auren (AURE3), com crescimento de 4,15% e a lista verde fecha com Magazine Luíza (MGLU3), alta de 3,94%.
A lista vermelha é encabeçada pela MBRF (MBRF3), com recuo de 7,27%. A empresa é seguida pela Hapvida (HAPV3), recuo de 5%. Banco do Brasil (BBAS3) fechou com recuo de 2,71% e a lista fecha com a CSN (CSNA), queda de 2,63%
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,11% e 0,55%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,83%. PetroReconcavo (RECV3) subiu 1,54%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,34%. Gerdau (GGBR4) registrou recuo de 0,21%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,76%. CSN Mineração (CMIN3) caiu 0,35%.
No setor bancário, o BTG Pactual (BPAC11) e o Itaú (ITUB4) fecharam com queda de 0,96% e 0,27%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,71%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 1,09% e de 0,21%, respectivamente.
Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,61%. A Lojas Renner (LREN3) fechou com alta de 0,20%. Vivara (VIVA3) teve queda de 0,45%. C&A (CEAB3) fechou em alta de 0,59%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street também terminaram o dia em queda. Os índices S&P 500 e Nasdaq caíram 0,83% e 1,21%, respectivamente. Dow Jones recuou 1,07%.