
Os títulos de ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) na B3 chegaram à soma de R$ 138,16 bilhões ao final de junho de 2025. Marco foi alcançado após a emissão de 23 novos títulos temáticos no primeiro semestre, que somaram um volume financeiro de R$ 10,35 bilhões.
O montante representa um crescimento de 7% em relação ao fechamento de 2024, quando o estoque era de R$ 128,75 bilhões, o que demonstra o aumento do interesse por retorno financeiro aliado a impacto social.
De acordo com dados da plataforma ESG Workspace da B3, as debêntures se mantêm como o principal instrumento para o financiamento de projetos sustentáveis (para emissões ambientais, sociais, ambientais e sociais ou de transição) ou de alavancagem de metas ASG das companhias (no caso dos Sustainability-linked Bonds – SLBs), correspondendo a 88% do estoque total registrado.
A marcação ‘Social e Ambiental’ é a mais representativa,em 72% do montante acumulado. Em relação aos setores da economia, o de ‘Serviços de Eletricidade’ lidera as emissões, com 32% do estoque, enquanto os demais setores apresentam participações mais pulverizadas, com percentuais inferiores a 15% cada um.
“O aumento contínuo do estoque reforça a evolução e o amadurecimento do mercado brasileiro na direção de uma economia mais verde, inclusiva e de baixo carbono”, avalia Leonardo Betanho, superintendente de Produtos Balcão da B3.
ESG já muda a realidade da assessoria de investimentos
O ESG já é levado em consideração pelos assessores de investimentos nas orientações dadas aos clientes, disse Gustavo Guitzel Cafezeiro, assessor de investimentos da SVN Investimentos e colunista do BP Money.
Cafezeiro esteve presente no 3º Seminário de Governança do Nordeste, realizado nesta terça-feira (26). Evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e reuniu diversos nomes ligados ao ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês).
O tema tem ganhado mais espaço e o assessor relata que, cada vez mais, os investidores estão atentos às práticas ambientais, sociais e de governança como parte essencial da tomada de decisão.
“Para nós da assessoria de investimentos, esse movimento reforça a importância de orientar o cliente, não só para buscar rentabilidade, além do fator risco e retorno, mas também para avaliar a solidez, a perenidade e a longevidade dos ativos que a gente acaba investindo ou recomendando ou alinhando com o cliente”, analisou Gustavo Guitzel Cafezeiro.
Cafezeiro considera que o ESG é um diferencial competitivo e uma oportunidade “de longo prazo para construir um patrimônio de forma mais sustentável”.