O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a relevância do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) durante sua viagem a Bruxelas, na Bélgica, para participar da cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e países da UE.
Lula expressou sua esperança de que as negociações se concretizem ainda no decorrer deste semestre, enfatizando a importância estratégica da parceria para ambas as regiões envolvidas.
“A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Nossa corrente de comércio poderá ultrapassar este ano a marca de US$ 100 bilhões. Um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes. Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros”, afirmou em discurso.
Durante o encontro em Bruxelas, o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, que assumiu a presidência temporária do Conselho Europeu, revelou que um dos seus principais objetivos é buscar a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul ainda no ano de 2023. Sánchez ressaltou a sua determinação em impulsionar as negociações e avançar no sentido de alcançar um acordo benéfico para ambas as partes envolvidas.
“Depois de mais de 20 anos de negociações, acreditamos que temos uma grande janela de oportunidade para conclui-lo nesses seis meses de presidência. Acredito que será benéfico para ambas as regiões e estamos trabalhando intensamente para concluir o acordo nas questões que dizem respeito ao meio ambiente”, explicou Sánchez.
Postura de Lula com europeus em acordo UE-Mercosul
O presidente Lula (PT) deve adotar uma postura dura com os europeus durante a cúpula Celac-União Europeia, de acordo com fontes do governo brasileiro ouvidas pela CNN.
Nesse sentido, Lula participará da cúpula dos europeus com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que acontecerá nos dias 17 e 18 de julho, em Bruxelas.
A Celac, em suma, foi criada em 2011, e é composta por 33 países da América Latina e do Caribe. No evento, Lula deverá reafirmar que o Brasil não aceitará os termos da “side letter” (documento que complementa acordos), que foi apresentada pelos europeus durante as negociações para ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Uma vez que, o governo brasileiro repudia o que considera ser um tom de ameaça na “side letter”. Desse modo, o governo irá propor que a proteção do meio ambiente aconteça dentro de uma lógica de colaboração com os europeus.
Sendo assim, programas como proteção ao meio ambiente, semelhantes ao Fundo Amazônia, que conta com financiamento de países desenvolvidos, devem estar inclusos.
O Brasil está concluindo a resposta que dará à União Europeia e a expectativa é que o documento circule entre parceiros do Mercosul nos próximos dias. Uma posição conjunta do Mercosul vai depender da velocidade de resposta da Argentina, Paraguai e, principalmente, do Uruguai, que mostra publicamente insatisfação com os rumos do bloco.