As companhias aéreas, como a Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), aparentam estar prontas para iniciar a retomada, mas o cenário atual, de alta da inflação e chegada da Ômicron, pode atrapalhar a decolagem dessas empresas, segundo analistas. Ambas as companhias já reportaram dados operacionais neste final de ano indicando que o pior da pandemia ficou para trás, animando os investidores e valorizando as ações delas.
Enquanto a Gol reportou alta de 17,1% na demanda por voos (RPK, na sigla em inglês) em novembro na comparação anual, a Azul informou um RPKs doméstico 44,6% superior em relação ao mesmo período de 2020.
Porém, os papéis das áreas têm variado bastante, principalmente ao longo do segundo semestre, as ações da Gol registraram queda de 28,52% nos últimos 6 meses, enquanto a Azul desabou 47,63%. Dessa forma, para os analistas, ainda que as perspectivas sejam melhores, o cenário ainda é turbulento para as ações das companhias na bolsa.
No início de 2020, antes do estouro da pandemia, os papéis da Azul chegaram a ser cotados acima de R$ 61, porém, após a chegada da Covid-19 e fechamento de fronteiras em diversos locais do mundo, os papéis caíram para abaixo de R$ 15 em menos de um mês. Com a Gol, as ações beiravam os R$ 39 e desabaram para menos de R$ 9 no mesmo período. Até hoje, os preços dos ativos não retomaram o patamar pré-pandêmico.
Uma turbulência recente aconteceu no último dia 1º de dezembro, quando as ações das empresas fecharam no menor valor do ano: Gol, a R$ 14,80; Azul, a R$ 21,86. Na ocasião, os papéis cederam por conta dos riscos da Ômicron.
Entretanto, ainda não se sabe o bastante sobre a resistência da nova cepa aos imunizantes. O analista do BB Investimentos, Renato Hallgren, acredita que a pandemia não tem mais força para ser empecilho à recuperação das empresas na Bolsa, por causa do avanço da vacinação no Brasil.