As ações da AES Brasil (AESB3) foram rebaixadas de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado) pelo Santander (SANB11). A casa mudou sua avaliação após atualizar as estimativas para os preços de energia a R$ 130/MWh no médio prazo (2025-2030).
Anteriormente, as projeções anteriores do Santander consideravam os preços de energia em R$ 180/MWh para 2025 e R$ 150/MWh nos anos seguintes até 2030.
Em relatório divulgado na última quinta-feira (12), o banco escreveu que a alavancagem continua elevada, o que dificulta o crescimento marginal em um cenário sem novos aumentos de capital. Os analistas da casa ainda veem o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da AES Brasil atingindo R$ 1,83 bilhão em 2023.
De acordo com os analistas, os ativos hidrológicos podem ter notícias importantes em 2023 se a regulação melhorar, “trazendo algum alívio para o setor e gerando certa reprecificação de ativo”.
O Santander ainda introduziu um preço-alvo de R$ 9,05 para a ação da AES Brasil ao final de 2023.
XP Investimentos (XPBR31): Santander (SANB11) rebaixa ação
Além da AES Brasil, as ações da XP Investimentos (XPBR31) também tiveram sua recomendação de compra cortada para “manutenção” pelo Santander (SANB11). O banco ainda rebaixou o preço-alvo de US$ 42,50 para US$ 20 ao fim de 2023.
De acordo com a instituição financeira, o rebaixamento dos papéis da corretora foi fruto da grande concorrência dos grandes bancos brasileiros, fraco controle de custos e risco de overhang.
“Acreditamos que o risco de overhang vai além do aspecto técnico e afeta as operações: um preço de ação persistentemente fraco prejudica as despesas de vendas, gerais e administrativas (porque é mais caro atrair e manter talentos), sem mencionar o impacto negativo na percepção dos funcionários”, afirmaram Henrique Navarro; Arnon Shirazi e Anahy Souza, analistas do Santander.
Em relatório, o Santander ainda destacou que os últimos trimestres da XP mostraram “deterioração significativa” do take rate anualizado, refletindo o aumento das taxas de juros.
Em relação à concorrência, os analistas do Santander escreveram que a XP passou a enfrentar competição direta de grandes bancos em seu core business (negócio principal), como agentes autônomos de investimento (AAIs) e plataformas abertas de investimentos.