Agosto deve ter quatro pontos de preocupação para o investidor; veja

Mês inicia com pontos macroeconômicos no radar que devem impactar o desempenho das Bolsas

O mês de julho deu um alento aos investidores da Bolsa brasileira. No mês, o Ibovespa, principal índice acionário do País, acumulou alta de 4,69%. Mas, apesar disso, agosto promete ser um mês tenso para o índice. Segundo analistas ouvidos pelo BP Money, a possibilidade de volta dos lockdowns na China, recessão nos EUA, chegada das eleições e a PEC Kamikaze ainda devem mexer com os investimentos no mês que chega. 

A China voltou a fechar um distrito com um milhão de habitantes. A província de Wuhan na China, voltou a bloquear um importante distrito, com quase 1 milhão de habitantes após descobrir quatro casos assintomáticos de Covida-19. Segundo o país, são apenas três dias de “medidas de controle temporárias”, disse a “CNN”.

Os moradores desse distrito foram instruídos a não sair de casa, além do fechamento do transporte público. Segundo o relatório divulgado, a província fechou bares, cinemas, cibercafés, pequenas clínicas, mercados de produtos agrícolas, restaurantes, restaurantes e grandes reuniões, e também todos os eventos, de apresentações a conferências.

Além disso, a alta dos juros nos EUA pode liberar recessão mundial e (mais) inflação no Brasil, segundo analistas. 

Para Bruno Bariotto Pellicano, analista da SVN Gestora de Recursos, o mercado já vem sentindo as seguidas altas do Fed e a autoridade monetária pode aumentar menos os juros do que o esperado por alguns agentes do mercado. 

“Em algumas outras aparições do [Jerome] Powell ele colocou que, apesar de ainda não ter entregue essa taxa de juros, boa parte dessa subida de juros já está na curva. O mercado já sente isso. A menos que alguma surpresa de curto prazo aconteça, a gente vê que existe essa volatilidade que piora essa inflação a curto prazo, mas vemos uma série de outros fatores que possa fazer com que o Fed consiga não restringir tanto [a atividade econômica]”, afirmou o analista em entrevista ao BP Money.

Outro ponto é a PEC Kamikaze, que tem fim eleitoreiro e compromete fiscal, dizem analistas. 

Coordenador Técnico da Pós-Graduação em Negócios Internacionais do Ibmec-RJ, o professor José Niemeyer afirmou que a PEC é eleitoreira, principalmente por tocar em setores em que Bolsonaro precisa conquistar eleitores. 

“Com certeza tem uma finalidade eleitoreira. É fundamental nessa fase inicial de campanha política que Bolsonaro consiga principalmente eleitores do Nordeste e de baixa renda. Essa PEC traz benefícios diretamente para essa camada da sociedade brasileira”, explicou Niemeyer em entrevista ao BP Money. 

“Ela também envolve a utilização de combustível mais barato e impacta muito o agronegócio. E a base desse setor apoia Bolsonaro. Porém, ele também busca atingir os trabalhadores do campo e não apenas os fazendeiros e as empresas agropecuárias”, completou o coordenador.

Já em relação as eleições, o Datafolha mostrou que Lula tem 51,6% dos votos válidos, contra 31,8% de Bolsonaro. 

 A pesquisa mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 51,6% dos votos válidos no 1º turno, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 31,8%. Segundo o Instituto, Lula ganharia, hoje, no primeiro turno.

Logo após Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT) registra 8,8% dos votos válidos. Dez outros candidatos se embolam, empatados tecnicamente, no pelotão dos que têm de 2% para baixo.

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