As enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto significativo no setor do agronegócio.
De acordo com um relatório elaborado pelo Bradesco (BBDC4), estima-se que o desastre resultará em uma recessão de 3,5% no setor agrícola nacional em 2024. Vale ressaltar que o Estado representa 12,6% de todo o PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário do País.
Além do arroz, o Rio Grande do Sul é um dos principais produtores nacionais de soja, trigo e carne, conforme informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
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Atualmente, o Estado está no final da colheita de verão, com aproximadamente 70% da soja e 80% do arroz já colhidos.
De acordo com o Bradesco, supondo que metade da produção não colhida tenha sido perdida nas lavouras devido às enchentes, isso representaria uma redução de 800 mil toneladas de arroz e 3,2 milhões de toneladas de soja na produção brasileira de 2024.
Em outras palavras, aproximadamente 7,5% da produção nacional de arroz e 2,2% da soja podem estar comprometidos.
Desafios do agronegócio
O relatório destaca que as estimativas são conservadoras, pois não há como determinar o impacto na parcela já colhida e em processo de beneficiamento.
Quanto ao trigo, o plantio ainda não começou, mas há tempo para ser realizado dentro da janela ideal, que se estende até julho. No entanto, os danos no solo e as perdas dos produtores de soja podem reduzir a intenção de plantio e a produtividade.
Os desafios logísticos podem agravar as perdas no agronegócio, impactando tanto a distribuição da safra quanto o acesso aos insumos necessários. Esse cenário tende a afetar especialmente os setores de laticínios e carnes, dada a sua natureza altamente perecível.
É provável que o contexto tenha um impacto direto nos preços dos alimentos no país. O Bradesco destaca um exemplo histórico: em 2008, quando um ciclone subtropical atingiu o Rio Grande do Sul, os preços do arroz aumentaram aproximadamente 40% no atacado e 20% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em apenas um mês.
Existe uma preocupação adicional em relação aos preços da soja. Com a queda na produção deste ano no Brasil e o risco de perdas no Rio Grande do Sul, é esperada uma redução na oferta no mercado interno.
