Exterior em baixa

Ajuste fiscal acende alerta e Ibovespa fecha no vermelho; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (27) com baixa de 1,73%, aos 127.668,61 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,91

Ibovespa/Foto:CanvaPro
Ibovespa/Foto:CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (27) com baixa de 1,73%, aos 127.668,61 pontos, mínima do dia. O dólar comercial subiu 1,80%, a R$ 5,91.

Como vem acontecendo há algumas semanas, o anúncio do pacote fiscal recebeu todos os holofotes do mercado financeiro. Mas desta vez, os investidores se preparam para o pronunciamento oficial do ministro Fernando Haddad mais tarde. Notícias sobre possíveis medidas que devem vir no ajuste não agradaram, por isso, o Ibovespa intensificou a queda durante a tarde.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com em baixa de 0,88%, a US$ 106,07.

O Ministério da Fazenda confirmou que Haddad fará um pronunciamento explicando o pacote de corte de gastos às 20h30 desta quarta-feira. No entanto, o que era para animar o mercado teve efeito reverso ao ser noticiado pelo “O Globo” que o governo incluirá também a medida de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

A equipe do governo espera que a iniciativa atenue o desgaste político que o corte de gastos pode causar, inclusive com uma prevista limitação no crescimento do salário mínimo ao mesmo intervalo do arcabouço fiscal, segundo o veículo.

Nesse aspecto, também pode-se considerar que o governo pensa na avaliação do governo Lula, que segundo a Paraná Pesquisas, chegou a 51% de rejeição e 46,1% de aprovação.

Posteriormente, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que além da isenção, a taxação de super-ricos também estará entre as medidas de ajuste fiscal. 

Com isso, a resposta imediata veio através do câmbio, com o dólar chegando a valer R$ 5,92 no decorrer da sessão. Os juros futuros também subiram, derrubando ações dos setores mais sensíveis, como o varejo e a construção.

Em paralelo a isso, quem ganhou foram os investidores da renda fixa, com os títulos do Tesouro Direto ligados à inflação chegando a pagar 7,05% ao ano. 

Foi um dia de muitas notícias de impacto para o Ibovespa, que também recebeu uma nova avaliação do banco norte-americano JPMorgan, que rebaixou as ações brasileiras de ‘compra’ para ‘neutro’.

A razão foram as preocupações com o crescimento mais lento da China e os impactos da política comercial do futuro governo de Donald Trump nos EUA.

No lado econômico também tiveram novidades que mexeram com o Ibovespa. Nos EUA, o PCE (índice de preços de gastos de consumo) subiu 0,2% em outubro na comparação com setembro.

Na comparação anual, o PCE avançou 2,3%, mostrando aceleração em relação aos 2,1% registrados em setembro, mas ainda dentro do previsto. 

No entanto, os investidores estão atentos aos novos dados de inflação no país, especialmente após a ata do Fed (Federal Reserve) ter apontado redução nas expectativas de um corte na taxa de juros em dezembro.

Já no Brasil, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de outubro, mostrou uma redução na criação de vagas com carteira assinada. No mês, o saldo ficou positivo em 132.714 vagas.

Pelo 10º mês consecutivo, o Brasil contratou mais do que demitiu, porém o número foi menor que as 247.218 novas vagas de emprego formal criadas em setembro. 

A Natura (NCTO3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,06%. Logo atrás, Marfrig (MRFG3) e Usiminas (USIM5) registraram altas de 2,46% e 1,92%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Magalu (MGLU3) liderou as perdas, caindo 9,40%. Em seguida, vieram Locaweb (LWSA3) e Azza 2154 (AZZA3), com perdas de 9,13% e 7,21%.

Vale (VALE3) e mineradoras seguram Ibovespa

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,33% e 0,36%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,70%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 1,22%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,90%. Usiminas (USIM5) valorizou 1,92%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 2,45% e 1,75%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorizações 2,70% e 3,35%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 9,40%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,87%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 7,09%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quarta-feira (27). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,16%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,72%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,21%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,38% e 0,60%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,31%.