Vice-presidente

Alckmin: “Não há razão para o Brasil ter a 2ª maior taxa de juro”

Em sua última reunião, na semana passada, o Copom do BC decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano

Geraldo Alckmmin
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não faz sentido o Brasil manter uma das maiores taxas de juros reais do mundo, considerando os fundamentos econômicos sólidos do País.

“Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra”, afirmou Alckmin, na abertura do Congresso Aço Brasil.

Entre os fundamentos sólidos, Alckmin destacou as reservas cambiais de US$ 370 bilhões, a segurança jurídica, o vasto mercado consumidor e os recordes de exportações.

Alckmin ressaltou a importância do ajuste fiscal e afirmou que o governo vai seguir o arcabouço fiscal estabelecido.

Ele também mencionou a expectativa de que, ainda neste semestre, haja uma redução nas taxas de juros tanto dos EUA quanto do Brasil, o que deverá impulsionar o crescimento da economia nacional.

“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde”, disse o presidente em exercício.

“Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não há razão para o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou.

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Na reunião mais recente, realizada na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, que são os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano.

Alckmin sobre a Indústria do aço

Em seu discurso, Alckmin destacou que a indústria de aço é “a indústria das indústrias” e sempre esteve na vanguarda da inovação.

Segundo ele, a política implementada pelo governo Lula, através da Nova Indústria Brasil, representa um avanço significativo para o desenvolvimento econômico e social.

“Não há desenvolvimento econômico e social sem as indústrias”, afirmou o presidente em exercício, enfatizando que nos próximos dias estará disponível no mercado as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD), que vão baratear o custo do crédito para as indústrias.

Essas letras são semelhantes às já existentes no setor imobiliário e agrícola (LCI e LCA, respectivamente), nas quais pessoas físicas são isentas de Imposto de Renda sobre os rendimentos obtidos com esses títulos.

Alckmin ressaltou que, até 2028, o Brasil receberá investimentos de R$ 100 bilhões através do Programa Mover, destinado à descarbonização da indústria. Ele também destacou que o País emite 55% menos gás carbônico em comparação com outros países, um percentual reduzido que é atribuído ao seu potencial energético.

Segundo o Instituto Aço Brasil, a produção de aço bruto no Brasil alcançou 16,4 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, marcando um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em contraste, de janeiro a dezembro de 2023, a produção totalizou 31,9 milhões de toneladas, o que representou uma queda de 6,5% em comparação com 2022.