O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou novamente nesta segunda-feira (3), que o programa de concessão de créditos tributários para a indústria automobilística reduzir os preços dos veículos novos é temporário, até que os juros comecem a cair.
“A adesão ao programa automotivo foi enorme, o dinheiro acabou em quatro semanas praticamente. Foi complementado e continua o desconto. Isso vai passar. Os juros devem cair, os juros de mercado já estão caindo. Na hora que os juros caem, a maioria da população volta a comprar a prazo e reativa (a indústria)”, destacou Alckmin em entrevista à BandNews.
Vale lembrar que, na última semana, o governo ampliou em R$ 500 milhões para R$ 800 milhões a parcela do programa voltada para os carros.
De acordo com o vice-presidente, as férias coletivas concedidas por algumas montadoras não devem durar muito, com a retomada da produção.
“Temos uma indústria automobilística com capacidade de produzir 4,5 milhões de veículos por ano, e hoje 50% da capacidade dela está ociosa. Chegamos a vender 3,8 milhões de veículos por ano e no ano passado se vendeu 2,1 milhões”, reafirmou o vice-presidente.
Críticas à taxa de juros elevada
Além disso, Alckmin voltou a criticar a taxa básica de juros (Selic) elevada, no entanto, enfatizou que ninguém no governo está questionando a autonomia ou independência do Banco Central.
“Hoje a inflação é menor que 4,0%, está em queda, e a Selic está em 13,75%. Não tem problema quando precisa aumentar a Selic para segurar a inflação. O problema é o tempo que ela está nesse nível. Em agosto, vai fazer um ano que ela está em 13,75%. É evidente que isso é uma trava à economia, inibindo investimentos. O juro futuro, que não depende do BC, já está em queda”, afirmou. “Estamos confiantes de que a taxa Selic vai cair”, completou Alckmin em entrevista à BandNews.