As ações da Alpargatas (ALPA4) tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo J.P. Morgan. Além disso, o banco norte-americano cortou o preço-alvo dos papéis da companhia de R$ 9,50 para R$ 9,00.
Em documento, os analistas do J.P. Morgan ressaltaram que a marca Havaianas ainda representa grandes oportunidades nos mercados internacionais, enquanto seu negócio local deve ser uma “vaca leiteira” para apoiar suas ambições globais. No entanto, a mensagem, no momento, é de reestruturação.
“Ao longo dos últimos trimestres e com contínuas decepções, nós aprendemos que os processos internos da Alpargatas não eram bem coordenados, com a fábrica operando de forma um tanto independente do departamento comercial, enquanto a comunicação entre ambos também era ruim”, escreveram.
Com isso, o banco entendeu que a companhia não estava pronta para operar como empresa de consumo de marca que permite iniciativas premium juntamente com planos de internacionalização de marca. Na visão da instituição financeira, a Alpargatas possui uma mentalidade industrial.
Além disso, a companhia enfrenta altos estoques no Brasil, com produtos que são marcados a preços de mercado mais altos do que os atuais.
“Ao todo, acreditamos que os ajustes necessários provavelmente afetarão os resultados por mais 12 a 24 meses, limitando ainda mais a visibilidade na execução de seus planos de longo prazo”, acrescentou o J.P. Morgan sobre a Alpargatas.
Havaianas inaugura primeira loja 100% digital e sem funcionários
Em julho, a Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, inaugurou sua primeira loja com atendimento 100% autônomo, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. O projeto faz parte do processo de digitalização da marca.
Para comprar um dos modelos da marca, o cliente precisa baixar um aplicativo, chamado de Havaianas Go. Com a leitura de QR Code na entrada da loja, é possível entrar no espaço e escolher o modelo e fazer o pagamento via celular.
No início do ano passado, a Alpargatas iniciou um projeto de atendimento híbrido em Aracaju, em Sergipe, no qual os clientes podiam realizar o pagamento e customizar os seus produtos através de apps em um balcão de atendimento híbrido.