A Alpargatas (ALPA4) divulgou na noite de quinta-feira (3) seu balanço do segundo trimestre de 2023. A companhia reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 53,1 milhões, revertendo o lucro de R$ 48,2 milhões reportado um ano antes.
A receita líquida totalizou R$ 926,4 milhões no período, queda de 12,7% na comparação com o mesmo período de 2022.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi negativo em R$ 8,3 milhões, ante resultado positivo de R$ 177,8 milhões no segundo trimestre de 2022. Com isso, a margem Ebitda caiu 17,6 p.p. (pontos percentuais) entre abril e junho deste ano, para -0,9%.
O lucro bruto totalizou R$ 377,6 milhões no segundo trimestre de 2023, uma diminuição de 32% na comparação anual.
Em comunicado, a Alpargatas afirmou que “os resultados foram impactados pelo menor volume vendido no trimestre, além das pressões adicionais em custos e despesas operacionais”.
As despesas operacionais somaram R$ 436,3 milhões no período, alta de 4,8% em relação ao mesmo trimestre de 2022.
O resultado financeiro líquido, por sua vez, foi negativo em R$ 32,8 milhões entre abril e junho, uma elevação de 385,1% sobre as perdas financeiras da mesma etapa do ano anterior.
Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da Alpargatas somava R$ 925,6 milhões. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,3 vezes em junho, alta de 2,4 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
Alpargatas (ALPA4): J.P. Morgan corta recomendação de compra
As ações da Alpargatas (ALPA4) tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo J.P. Morgan. Além disso, o banco norte-americano cortou o preço-alvo dos papéis da companhia de R$ 9,50 para R$ 9,00.
Em documento, os analistas do J.P. Morgan ressaltaram que a marca Havaianas ainda representa grandes oportunidades nos mercados internacionais, enquanto seu negócio local deve ser uma “vaca leiteira” para apoiar suas ambições globais. No entanto, a mensagem, no momento, é de reestruturação.
“Ao longo dos últimos trimestres e com contínuas decepções, nós aprendemos que os processos internos da Alpargatas não eram bem coordenados, com a fábrica operando de forma um tanto independente do departamento comercial, enquanto a comunicação entre ambos também era ruim”, escreveram.
Com isso, o banco entendeu que a companhia não estava pronta para operar como empresa de consumo de marca que permite iniciativas premium juntamente com planos de internacionalização de marca. Na visão da instituição financeira, a Alpargatas possui uma mentalidade industrial.