Bancos te observado um movimento repetido em suas corretoras: recompra de ações. Com uma desvalorização do mercado brasileiro e sem visibilidade de melhora, empresas se adiantam para comprar suas próprias ações na bolsa, em meio a uma das piores ‘secas’ de oferta de ações na B3.
Até o fim de novembro, quase 100 companhias aprovaram processos de recompra, aumentando em 20% com relação a 2023, as informações foram levantas pelo valor investe com dados da bolsa. Ainda no processo de recompra, os números passam da centena se forem colocadas como empresas estrangeiras que aderiram a essa estratégia.
Se somados todos os pedidos de recompra em aberto — parte deles aprovada em 2023 —, o volume supera 110 empresas, com o montante beirando os R$ 80 bilhões, ainda de acordo com dados da B3.
Recompras de ações disparam com bolsa ‘drenada’ por juro alto
Com os juros mais altos dificultando as perspectivas para a renda variável, as empresas brasileiras estão fazendo recompras de ações ao ritmo mais rápido em quase duas décadas.
Este ano 54 programas de recompras de ações foram anunciados pelas companhias listadas no Ibovespa, quase o dobro do valor visto em cada um dos dois anos anteriores e o maior desde pelo menos 2008, segundo dados compilados pela “Bloomberg”.
A B3 (BASA3), o BTG Pactual (BPAC11), a Cosan (CSAN3) e a Ambev (ABEV3)estão entre as empresas que anunciaram recentemente que estavam adquirindo ações no mercado.
Comparado aos níveis históricos, os papéis das empresas na Bolsa brasileira têm sido negociados com um desconto de cerca de 20%. Enquanto isso, o Ibovespa caiu quase 10% no acumulado do ano, um dos piores desempenhos entre os principais índices acionários globais.
“As empresas podem fazer melhor uso do capital investindo na recompra, ao invés de expansões, que envolvem riscos de execução, financiamento”, diz Tiago Cunha, gestor de ações na ACE Capital, segundo o “Valor”.
Além do cenário com o juros, o investimento também se tornou menos atraente para as empresas, ao passo que a falta de clareza sobre as políticas econômicas do governo, como as mudanças tributárias, preocupam o mercado.