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Ambev (ABEV3): BofA recomenda compra

O Bank of America estipulou um preço-alvo de R$ 17,50 para a Ambev

As ações da Ambev (ABEV3) receberam recomendação de compra do Bank of America (BofA). Além disso, o banco norte-americano estipulou um preço-alvo de R$ 17,50.

Em relatório, os analistas do BofA afirmaram que revisaram sua tese para Ambev por conta de uma possível mudança da dinâmica tributária que pode vir a afetar a companhia e sua rentabilidade.

“Acreditamos que o fim do JCP está precificado, depois que as ações da Ambev caíram 15% nos últimos três meses, ante uma baixa de 3,8% do Ibovespa. Estimamos que isso teria um impacto negativo isolado sobre Valor patrimonial da companhia de cerca de R$ 0,6 por ação”, escreveram.

“Isso pressupõe que o JCP não esteja incluído na perpetuidade do modelo DCF. De acordo com a nossa abordagem, acreditamos que alavancar o balanço é a principal alternativa para compensar esse impacto. Ao trazer gradualmente a alavancagem para 0,3x Líquida Dívida/EBITDA até 2026, o custo médio de capital poderá diminuir 50bps”, acrescentaram.

De acordo com a instituição financeira, tal implicação seria suficiente para compensar totalmente o impacto dos pagamentos de impostos mais elevados sobre o valor patrimonial.

No documento, os analistas do BofA escreveram ainda que esperam um aumento no pagamento de dividendos da Ambev para o ano que vem, prevendo que um dividend yield (DY) de 8,8%.

Atualmente, segundo dados do Status Invest, o DY da Ambev é de 5,8%, com R$ 0,76 pagos por ação no acumulado dos últimos 12 meses.

Ambev (ABEV3): Receita questiona operações bilionárias envolvendo IR

A Ambev (ABEV3) é alvo de questionamentos pela Receita Federal por operações ligadas ao pagamento de Imposto de Renda sobre lucros no exterior. O órgão já autuou a empresa em R$ 12,6 bilhões por restituição de impostos pagos lá fora. O valor está em litígio judicial.

De acordo com informações do “Estadão”, a origem da disputa é a compensação do Imposto de Renda devido aqui no Brasil com o Imposto de Renda anual pago pelas empresas da Ambev no exterior. 

Para a fabricante de bebidas, ela pode usar os impostos pagos lá fora para abater do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pagos no Brasil.

Já para a Receita Federal, a prática é irregular, como se o governo brasileiro estivesse pagando pelo imposto que a Ambev recolheu em outro País.

Em nota ao “Estadão/Broadcast”, a Ambev informou que não comenta casos em andamento. 

“Vale pontuar que cumprimos integralmente a legislação brasileira sobre lucros no exterior e já houve o reconhecimento no próprio Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) em caso semelhante a favor dos contribuintes”, disse a Ambev.