Análise

Ambev (ABEV3): XP vê melhora visando dividendos, mas segue pessimista

As ações da Ambev tem melhorado e superado o Ibovespa, na visão da XP, mas o cenário base considera outros fatores pessimistas

Ambev (ABEV3) tem lucro líquido ajustado de R$ 3
Foto: Ambev/Reprodução

Em relação aos desempenho de seus pares na Bolsa, a Ambev (ABEV3) tem enfrentado um desconto, desde junho de 2023, com uma queda de cerca de 6% desde então. Para a XP esse recuo reflete a percepção crescente de risco do Brasil, já que o rendimento dos lucros da Ambev seguiu de perto o aumento no rendimento NTN-B (2035).

Em relatório assinado pelos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, a Casa apontou que, desde agosto, as ações da Ambev passaram por uma “reclassificação”, superando fortemente o Ibovespa em cerca de 15%.

A empresa ancorou esse resultado mesmo diante da percepção de risco do Brasil ter aumentodo no período, enquanto os fundamentos se deterioraram, indica o relatório, segundo o “InfoMoney”.

Para os analistas, a perspectiva de dividendos extraordinários por parte da Ambev parece ser a principal causa do recente desempenho superior das ações.

Esse fator mostra um risco de cauda que poderia minar uma posição mais pessimista, embora continue a ser difícil de quantificar e não seja o cenário de base dos analistas da XP.

Dessa forma, a equipe da acredita que a Ambev permaneça descontada em relação à ABI, um dos acionistas controladores da Ambev, e prevê um desconto acima da média de 2 anos. Porém não vê catalisadores para uma nova reavaliação no curto prazo.

“O pagamento de dividendos extraordinários é um risco adicional para uma chamada mais pessimista. No entanto, não é nosso caso base, dado a recente mudança de CEO, o aumento das taxas de juros e considerando que a Ambev ainda possui cerca de R$ 10 bilhões em créditos tributários para compensar as mudanças recentes”, apontam, segundo o veículo de notícias.

Ambev (ABEV3): BBA vê ação com valuation atrativo, mas não o suficiente

Analistas do Itaú BBA atualizaram o preço-alvo para as ações da Ambev (ABEV3), ajustando a previsão de R$ 14 no final de 2024 para R$ 15 ao final de 2025. Apesar dessa revisão, mantêm a recomendação neutra para os papéis da fabricante de bebidas, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quarta-feira (4).

Os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto destacaram que, embora o valuation da companhia pareça mais atraente e ofereça um desconto em relação às médias históricas, esse desconto ainda não é suficiente para alterar a recomendação.

O banco menciona que investidores têm discutido possíveis prioridades para a companhia, como dividendos, recompra de ações ou fusões e aquisições. Os analistas expressam uma preferência pelas duas primeiras opções.

“Se a Ambev gerenciar efetivamente sua estratégia de alocação de capital estratégia de alocação de capital, priorizando o retorno aos acionistas por meio de dividendos e recompras, poderia haver potencial para uma reavaliação. Por enquanto, continuamos cautelosos e preferimos ver mais desenvolvimentos nessa frente”, reforça o Itaú BBA.

Os analistas acreditam que os desafios no mercado de cerveja no Brasil devem persistir no curto prazo devido à concorrência intensificada da Petrópolis e ao aumento dos tributos. No entanto, a Ambev possui uma vantagem adicional: a diversificação de seu portfólio, que é vista como uma estratégia sólida para o longo prazo.