Americanas (AMER3): acionistas de referência irão manter operação

No pedido de RJ, a Americanas afirmou que o grupo de acionistas de referência pretende manter a liquidez da empresa

O Conselho de Administração da Americanas (AMER3) aprovou o pedido de recuperação judicial de forma unânime, segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). No pedido, a varejista disse ao mercado que o grupo de acionistas de referência da empresa, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, pretende manter a liquidez da empresa em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas e suas demais coligadas.

A garantia foi dada ao presidente do Conselho de Administração, segundo a empresa no comunicado. Em carta à CVM, João Guerra, diretor-presidente e de Relações com Investidores da Americanas, escreveu que o pedido de recuperação judicial foi necessário para atender as necessidades de seus credores e acionistas, além da necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade a seus clientes.

Nesta quinta-feira, por volta das 17:10 (de Brasília), as ações da Americanas desabavam 33,91%, cotadas a R$ 1,15. 

Americanas (AMER3) será excluída de todos os índices da B3

A Americanas (AMER3) será excluída de todos os índices da B3 ao fim do pregão da próxima sexta-feira (20). A varejista sairá também do Ibovespa, índice de referência do mercado brasileiro. A notícia surge após a companhia entrar com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19).

A participação da Americanas nos índices será redistribuída proporcionalmente entre os outros membros. Ao todo, a companhia está sendo excluída de 14 índices. Seu maior peso é no Índice Carbono Eficiente, respondendo por 0,49%. No Ibovespa, seu peso é de 0,05%.

Americanas pede prazo de 48 horas para apresentar credores

A Americanas (AMER3) pediu à Justiça um prazo de 48 horas para apresentar a lista completa de seus 16.300 credores, segundo informações do seu pedido de recuperação judicial, que foi protocolado nesta quinta-feira (18).

O documento disse que a Americanas pode se recuperar uma vez que possui ativos de “elevado valor e de uma posição de caixa positiva, desde que não sejam autorizadas as ilegais compensações e restituídos os valores apropriados indevidamente”.

O pedido de recuperação judicial também citou a competência das empresas do grupo e os bons indicadores do mercado em que opera. O documento diz que a Americanas gera mais de 100 mil empregos diretos e indiretos e paga cerca de R$ 2 bilhões de impostos ao ano, além de quase 150 mil acionistas.