Americanas (AMER3) afasta diretores

Objetivo, segundo a varejista, é evitar interferência nas apurações das inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões

A Americanas (AMER3) informou, na noite desta sexta-feira (3), que decidiu afastar os diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles de todas as suas funções e atividades na companhia e suas controladas, durante o curso das apurações do rombo.

Além dos diretores, outros três executivos, Fábio da Silva Abrate (ex-diretor de RI da B2W e diretor da Ame), Flávia Carneiro (que atuava na controladoria) e Marcelo da Silva Nunes (ex-diretor financeiro da B2W) foram afastados.

“[…] várias medidas foram implementadas com o objetivo de garantir a integridade da preservação de informações e documentos da Companhia, tudo com o objetivo de contribuir plenamente com as apurações em curso e autoridades envolvidas […]”, comunicou a empresa em fato relevante.

O anúncio das inconsistências contábeis encontradas no valor de R$ 20 bilhões foi divulgado no dia 11 de janeiro. Nesta quarta-feira (1º), a coluna do jornalista Lauro Jardim do jornal O Globo divulgou que os 2 administradores judiciais da Americanas, os escritórios de advocacia Zveiter e Bruno Rezende, informaram à 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que a dívida total da companhia soma R$ 47,9 bilhões.

Lemman decide entrar pessoalmente no caso Americanas (AMER3)

O trio principal de acionistas da Americanas (AMER3), os empresários Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira e Jorge Paulo Lemman da 3G Capital, chegam, entre esta sexta-feira (3) e domingo (5), ao Brasil para negociar pessoalmente uma solução para o caso Americanas (AMER3), segundo a CNN apurou com fontes próximas dos dois.

A varejista enfrena uma crise desde 11 de janeiro, dia em que soltou o fato relevante anunciando “inconsistências contábeis” encontradas em seu balanço no valor de R$ 20 bilhões. Atualmente, a dívida já soma R$ 47,9 bilhões e a empresa está em processo de recuperação judicial.

A vinda dos três megaempresários acendeu esperanças, nos credores, de um encaminhamento positivo para a solução do problema. Para eles, é um sinal de que eles estariam dispostos a evoluir nas tratativas e possivelmente injetar recursos próprios na salvação da empresa, de acordo com a CNN.

Na quinta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou Lemann. “Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Ele era o cara que financiava jovens para estudarem em Harvard para formar um novo governo. Era um cara que falava contra a corrupção todo dia. E depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, disse Lula, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!.