Americanas (AMER3): área técnica do Cade aprova operação de RJ

Caso o negócio não seja questionado em 15 dias, estará aprovado definitivamente

Americanas/ Foto: Reprodução
Americanas/ Foto: Reprodução

As operações realizadas no âmbito da recuperação judicial da Americanas (AMER3) foram aprovadas sem restrições pela área técnica do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Caso o negócio não seja questionado em 15 dias, estará aprovado definitivamente. 

Para o órgão, existem problemas concorrenciais no negócio projetado para a RJ da Americanas. A operação apresentada ao Cade diz respeito a aquisição de participação societária minoritária da varejista pelos bancos Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4), Safra e BTG Pactual (BPAC11).

Além disso, a operação consiste também na compra de controle da Americanas pelos “acionistas referência” ligadas a Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto da Veiga Sicupira, de acordo com o “Valor”.

No momento, os acionistas de referência tem, em ações ordinárias representativas, cerca de 30,12% do capital social total e votante da companhia. 

O conjunto de medidas relativas à recuperação judicial da Americanas, que foram determinadas pelo Plano de Recuperação Judicial e no Acordo de Apoio à Reestruturação, são parte da operação aprovada pelo Cade.

A intenção é viabilizar a liquidação de dívidas conforme a capitalização e aumento de capital na empresa.

Uma emissão de subscrição privada – que não é registrada na CVM – de novas ações ordinárias da Americanas, junto com bônus de subscrição como vantagem adicional aos subscritores, foi submetida à aprovação do Cade para o aumento de capital de reestruturação. 

Americanas (AMER3) tem questões de concorrência com Ambev (AMBV3)

No âmbito dos acionistas de referência, a análise da SG (Superintendência-Geral) vê eventual problema concorrencial de integração com a Ambev (AMBV3), por ser do mesmo grupo. 

Segundo alegam as companhias ao Cade, seria “impossível” que a Ambev oferecesse melhores condições comerciais à Americanas, frente a outros locais de venda de cervejas e demais bebidas, por não ser lucrativo, segundo o “Valor”.

Mesmo vendo que a relação vertical entre a Americanas e a Ambev é pré-existente, a SG analisou eventual integração, considerando que as vendas para a companhia em RJ são diminutas no resultado do faturamento da fabricante da Heineken.

Ao passo que os itens da Ambev são uma parcela pequena em relação às vendas da Americanas. Além disso, a empresa não é um canal de distribuição exclusiva da Ambev, logo não haveria prejuízo concorrencial.