Mercado

Americanas (AMER3): B3 abre processo para investigar governança

Se houver comprovação, a varejista sairá do Novo Mercado, poderá ser multada e sofrer censura pública

A Bolsa de Valores de São Paulo, B3 (B3SA3) abriu uma investigação contra a Americanas (AMER3), com a intenção de analisar possíveis punições à varejista por causa de falhas quanto ao gerenciamento de risco e de controle da companhia. 

A informação foi divulgada na última quinta-feira (7), pelo Valor Econômico. Nesse sentido, se houver comprovação, a Americanas, que se encontra em recuperação judicial, pode sair de forma compulsória do Novo Mercado, que inclui companhias de capital aberto com padrão de governança elevado.

A varejista ainda pode ser multada e sofrer censura pública. Dessa forma, a investigação mira integrantes do conselho de administração, do comitê de auditoria da varejista e ex-diretores da empresa, segundo o jornal. 

Vale destacar que, o processo leva em consideração o período de atuação do comitê de auditoria da B2W, braço digital da empresa.

Justiça aceita recurso sobre patrimônio de acionistas

O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou o recurso requerido pelo Bradesco (BBDC4) em processo que tenta dificultar uma eventual venda do patrimônio dos acionistas de referência da Americanas (AMER3) – Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. A varejista tem uma dívida de R$ 4,7 bilhões com o banco.

O Bradesco havia solicitado o protesto contra a alienação de bens dos acionistas, mas a Justiça solicitou que o banco emendasse a petição inicial, alegando que era preciso quantificar de forma justificada o crédito. 

A Justiça aceitou o agravo de instrumento do banco contra a pedido de emenda da solicitação inicial, mas não houve ainda um julgamento do mérito do processo em si. 

“A medida visa resguardar as pretensões do banco, até porque, o patrimônio dos acionistas responderá subsidiariamente em eventual insuficiência patrimonial de titularidade da empresa, inclusive, após eventual decisão que reconheça a prática de atos fraudulentos perpetrados pelos controladores das Americanas S/A em desconsideração de personalidade jurídica”, disse o desembargador Natan Zelinschi de Arruda sobre o pedido realizado pelo Bradesco.

Sobre a decisão, a defesa que representa os acionista declarou que “o pedido do Bradesco deverá ser agora julgado pelo juiz da causa, que havia determinado a emenda à inicial, por não entender presentes os requisitos do Protesto. O Protesto Judicial é medida que visa tão somente resguardar supostos direitos do protestante, sem qualquer bloqueio de bens”, afirmou.

“Ademais, os acionistas de referência reiteram que estão totalmente engajados, em conjunto com todos os outros bancos credores da Americanas, na construção de uma solução para pôr um fim à recuperação judicial da Companhia, reservando-se o direito de buscar as devidas compensações no futuro pelos danos causados por essa série de acusações sem prova formuladas pelo Bradesco”, acrescentou.