Os bancos ABC Brasil, Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) entraram na justiça do Rio de Janeiro, no final de agosto, com um pedido para que seja rejeitada uma tentativa do Bradesco (BBDC4) de impugnar créditos na recuperação judicial da Americanas (AMER3) e negociá-los à parte. As informações são do colunista do jornal “O Globo”, Lauro Jardim.
Segundo Jardim, os bancos alegam que esse movimento do Bradesco poderá prejudicar a paridade entre os credores da Americanas.
Americanas (AMER3): B3 abre processo para investigar governança
A Bolsa de Valores de São Paulo, conhecida como B3 (B3SA3), abriu uma investigação contra a Americanas (AMER3), com a intenção de analisar possíveis punições à varejista por causa de falhas quanto ao gerenciamento de risco e de controle da companhia.
A informação foi divulgada na última quinta-feira (7) pelo “Valor Econômico”. Nesse sentido, se houver comprovação, a Americanas, que se encontra em recuperação judicial, pode sair de forma compulsória do Novo Mercado, que inclui companhias de capital aberto com padrão de governança elevado.
A varejista ainda pode ser multada e sofrer censura pública. Dessa forma, a investigação mira integrantes do conselho de administração, do comitê de auditoria da varejista e ex-diretores da empresa, segundo o jornal.
Vale destacar que, o processo leva em consideração o período de atuação do comitê de auditoria da B2W, braço digital da empresa.
Justiça aceita recurso sobre patrimônio de acionistas
O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou o recurso requerido pelo Bradesco (BBDC4) em processo que tenta dificultar uma eventual venda do patrimônio dos acionistas de referência da Americanas (AMER3) – Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. A varejista tem uma dívida de R$ 4,7 bilhões com o banco.
O Bradesco havia solicitado o protesto contra a alienação de bens dos acionistas, mas a Justiça solicitou que o banco emendasse a petição inicial, alegando que era preciso quantificar de forma justificada o crédito.
A Justiça aceitou o agravo de instrumento do banco contra a pedido de emenda da solicitação inicial, mas não houve ainda um julgamento do mérito do processo em si.
“A medida visa resguardar as pretensões do banco, até porque, o patrimônio dos acionistas responderá subsidiariamente em eventual insuficiência patrimonial de titularidade da empresa, inclusive, após eventual decisão que reconheça a prática de atos fraudulentos perpetrados pelos controladores das Americanas S/A em desconsideração de personalidade jurídica”, disse o desembargador Natan Zelinschi de Arruda sobre o pedido realizado pelo Bradesco.