A Americanas (AMER3) foi derrotada na Justiça pelo BTG Pactual (BPAC11). O banco conseguiu bloquear R$ 1,2 bilhão da varejista, segundo decisão do desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A decisão ainda é liminar.
De acordo com o magistrado, a proteção obtida pela Americanas antes de uma possível recuperação judicial não pode garantir que a empresa tenha livre acesso ao recurso, em especial do risco de um eventual calote aos credores.
“A medida cautelar em caráter antecedente à recuperação judicial é medida que visa resguardar a preservação da atividade empresária. No entanto, há necessidade de diligência com o fim de se evitar a utilização do instrumento como meio de fraude a credores, sob pena de se esvaziar o próprio intuito da Lei”, afirmou Fernandes.
Por conta disso, o juiz determinou que o valor fosse bloqueado até a apreciação do mandado de segurança pedido pelo BTG. “Assim, reservo-me a um exame mais detido do pedido por ocasião do julgamento definitivo”, escreveu o magistrado, que deu 10 dias para que a Americanas preste mais esclarecimentos ao tribunal.
Americanas (AMER3): Goldman Sachs entra na Justiça por dívida
O Goldman Sachs entrou na Justiça contra a Americanas (AMER3). A instituição financeira entrou com recurso no Tribunal de Justiça pedindo para que seja revertida a proteção de 30 dias dada à varejista após a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões. As informações são do jornal “O Globo”.
No pedido, o banco argumenta que tem direito a pedir o vencimento antecipado de seus “contratos de derivativos” (contratos baseados em outros ativos). Segundo o Goldman Sachs, até a presente data, a volatilidade no valor da exposição pode ser estimada em até US$ 60 milhões (R$ 307 milhões) em duas semanas e, aproximadamente, US$ 80 milhões (R$ 408 milhões) em 30 dias.
No recurso, o Goldman Sachs explica que a exposição em contratos de derivativos pode variar rapidamente, gerando “consequências drásticas”. Para a instituição financeira, a manutenção da Justiça em manter a chamada tutela de urgência cautelar para a Americanas “pode ter um grande impacto no valor total do crédito do GS que será sujeito ao futuro processo de recuperação”.